Relatório da OMS sobre origem da covid-19 não chega a conclusão definitiva

Da Redação
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, na última sexta-feira (28), o relatório final do grupo de especialistas que investigou as origens da pandemia de covid-19. Após mais de três anos de trabalho, o grupo concluiu que ainda não é possível determinar com certeza como o vírus SARS-CoV-2, causador da doença, passou a infectar humanos.
A presidente do grupo, Marietjie Venter, afirmou que a maioria dos dados científicos apoia a hipótese de que o vírus tenha sido transmitido de animais para humanos, provavelmente a partir de morcegos, possivelmente por meio de um animal intermediário.
Essa conclusão já havia sido apresentada em 2021, quando a OMS descartou a possibilidade de vazamento em laboratório como “extremamente improvável”.
No entanto, o grupo não conseguiu obter informações suficientes para investigar ou excluir a hipótese de acidente laboratorial, devido à falta de acesso a dados genéticos e informações de biossegurança solicitadas ao governo chinês.
“Essa hipótese não pôde ser investigada ou descartada e foi considerada especulativa, baseada em opiniões políticas e não em ciência”, disse Venter.
O relatório também destaca que não há evidências de manipulação genética do vírus nem indícios de circulação do SARS-CoV-2 fora da China antes de dezembro de 2019.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou a importância moral de continuar investigando as origens da pandemia, que causou mais de 20 milhões de mortes e impactos econômicos globais superiores a US$ 10 trilhões.
Apesar das divergências e da falta de consenso dentro do grupo, a investigação segue sendo fundamental para prevenir futuras pandemias.