Economia & Negócios

Redução da jornada e fim da escala 6×1 ganham força no debate político para 2026

Ministro do Trabalho avalia que mobilização social e ano eleitoral podem favorecer avanços no Congresso, enquanto propostas seguem em tramitação na Câmara e no Senado

Em meio à divulgação de novos dados positivos sobre o mercado de trabalho, voltou ao centro do debate nacional a possibilidade de mudanças profundas na jornada semanal dos trabalhadores brasileiros. A avaliação foi apresentada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ao afirmar que 2026 pode ser um ano favorável para a aprovação da redução da carga horária para 40 horas semanais e para o fim da escala 6×1.

Durante coletiva concedida nesta terça-feira, dia 30, o ministro destacou que o calendário eleitoral pode atuar como fator de estímulo, e não de bloqueio, para o avanço do tema no Congresso Nacional. Segundo ele, o sucesso das propostas dependerá, sobretudo, do grau de mobilização das categorias profissionais e da pressão da sociedade organizada.

Ao comentar o ambiente político, Marinho comparou a discussão sobre a jornada de trabalho com a recente aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Para o ministro, a unanimidade registrada na votação foi resultado direto do “calor das ruas”, mesmo diante de resistências iniciais dentro do Parlamento.

Na avaliação do titular da pasta, a economia brasileira já reúne condições para absorver a redução da jornada semanal máxima sem comprometer a atividade produtiva. Ele defendeu que a eliminação da escala 6×1 se tornou uma das principais bandeiras da juventude e pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida e do ambiente de trabalho.

O ministro também ressaltou que eventuais impactos em setores que funcionam de forma contínua, como saúde, indústria e serviços essenciais, podem ser resolvidos por meio de negociações coletivas. Segundo ele, não cabe à legislação definir escalas rígidas, mas criar parâmetros para que empregadores e trabalhadores construam soluções equilibradas.

Atualmente, o tema avança em diferentes frentes no Legislativo. Na Câmara dos Deputados, uma subcomissão especial aprovou a redução gradual da jornada de 44 para 40 horas semanais, mas rejeitou o fim da escala 6×1. Já no Senado, a Comissão de Constituição e Justiça deu um passo além ao aprovar, no início de dezembro, a redução da jornada para 36 horas semanais e o encerramento da escala de seis dias de trabalho para um de descanso, sem redução salarial.

As propostas seguem em tramitação e devem voltar à pauta no próximo ano, ampliando um debate que promete ganhar peso político e social ao longo de 2026.

GED

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