Presidente diz a evangélicos que vetará aval de legalização de jogos de azar
Caso seja aprovado na Câmara, Jair Bolsonaro deve vetar proposta que classificou como “absurdo”, após contato com Silas Malafaia
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) informou aos apoiadores que vai vetar o projeto de legalização dos Jogos do Bicho e outros jogos de azar, caso o projeto seja aprovado no Congresso. O aviso surgiu a partir da pressão de líderes evangélicos que são contrários à proposta apoiada por deputados do Centrão. Segundo o pastor Silas Malafaia, apoiador próximo ao presidente, Bolsonaro disse considerar a proposta um “absurdo”.
Bolsonaro reiterou a posição após o líder religioso divulgar um vídeo em que criticava o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por orientar um pedido de urgência de análise do projeto. “Falei com o presidente ao telefone após publicar meu vídeo, ele disse que vai dar veto. Falou que isso é um absurdo, que não colabora com a economia e que prejudica os aposentados”, disse Malafaia. Poucas horas depois, a Câmara decidiu adiar a votação do requerimento de urgência que poderia acelerar o processo e que havia sido incluído na pauta desta segunda-feira, 13.
Em setembro, Bolsonaro já havia declarado, em entrevista à revista Veja, que seria “natural” vetar o projeto, mas reconheceu à época a possibilidade de o Congresso futuramente derrubar o veto. Lideranças evangélicas argumentam que um veto de Bolsonaro, em caso de aprovação do projeto, daria mais tempo para que a bancada religiosa no Congresso se articulasse contra o tema.
O Centrão tenta aprovar um requerimento de urgência para levar o projeto mais rápido ao plenário. O relator do texto, deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), afirma que “a legalização dos jogos no país contribuirá para a arrecadação de mais de R$ 65 bilhões por ano, e para a geração de mais de 650 mil empregos diretos”.