Prepare o bolso: preço do café pode subir ainda mais em 2025
Da Redação
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Se você acha que o café já está caro, prepare-se para novos aumentos. O preço do café nos mercados internacionais atingiu níveis recordes, e especialistas alertam que ele pode ficar ainda mais salgado.
O preço dos grãos de café arábica – principal variedade produzida no mundo – ultrapassou US$ 3,44 por libra (equivalente a 0,45 kg), acumulando uma alta de mais de 80% em 2024. Já os grãos de robusta, outra variedade muito consumida, atingiram o pico em setembro.
O aumento nos preços está diretamente relacionado a fenômenos climáticos extremos que afetaram os dois maiores produtores globais de café: Brasil e Vietnã. Secas prolongadas e chuvas intensas comprometeram a produção, enquanto o consumo mundial da bebida continua crescendo rapidamente.
Indústria em alerta
Vinh Nguyen, CEO da Tuan Loc Commodities, afirmou à BBC que as principais marcas de café, como JDE Peet e Nestlé, têm absorvido os altos custos da matéria-prima para manter preços competitivos. No entanto, esse cenário está próximo do limite.
“Essas marcas estão chegando a um ponto de inflexão. Muitas delas já consideram repassar os custos ao consumidor, com aumentos previstos para o primeiro trimestre de 2025”, disse Nguyen.
David Rennie, chefe de marcas de café da Nestlé, confirmou a pressão nos preços durante um evento para investidores em novembro.
“Estamos enfrentando tempos difíceis. Não somos imunes às variações no custo do café”, afirmou, sugerindo que ajustes nos preços e tamanhos de embalagens serão inevitáveis.
Crise climática e produção em risco
O Brasil enfrentou sua pior seca em 70 anos entre agosto e setembro, seguida por chuvas intensas em outubro, agravando as preocupações com a safra de 2025. O Vietnã, maior produtor de café robusta, também sofreu com condições climáticas adversas, reduzindo ainda mais os estoques globais.
Além das dificuldades de produção, o consumo global de café segue em ascensão. Na China, por exemplo, o consumo da bebida mais que dobrou na última década.
“O estoque de café disponível está em níveis historicamente baixos, enquanto a demanda continua forte”, afirma Fernanda Okada, analista de preços da S&P Global Commodity Insights. “A tendência de alta nos preços deve persistir por algum tempo”, conclui.