Crítica de Friedrich Merz ocorreu após visita à capital paraense durante a COP30; Igor Normando rebateu nas redes sociais e destacou orgulho pela cidade
Em meio ao clima de debates internacionais sobre sustentabilidade e desenvolvimento na Amazônia, a reação às críticas do chanceler alemão Friedrich Merz ganhou força nesta sexta-feira, 14, após a fala considerada depreciativa sobre Belém. A declaração foi feita na Alemanha, quando Merz relatou sua passagem pela capital paraense durante agenda bilateral com o presidente Lula na COP30.
A narrativa do chanceler, dada em discurso no Congresso Alemão do Comércio, levou o prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), a se manifestar publicamente. Segundo Merz, ao retornar a Berlim, ele teria perguntado aos jornalistas que o acompanharam na viagem quem gostaria de permanecer em Belém — e “ninguém levantou a mão”. O comentário repercutiu de forma negativa entre autoridades e moradores da cidade.
A resposta de Normando veio pelas redes sociais, onde classificou a fala como “infeliz, arrogante e preconceituosa”. O prefeito afirmou que a percepção descrita pelo chanceler não condiz com a experiência de milhares de visitantes que chegam à capital paraense todos os anos, especialmente durante eventos internacionais. Para ele, Belém tem sido motivo de encantamento por suas belezas naturais, pela gastronomia e pela força histórica e cultural da Amazônia.
O gestor destacou ainda que a região amazônica “ajudou o mundo inteiro a respirar” e defendeu que líderes globais exerçam empatia com as populações locais, reconhecendo seus desafios e potencialidades. Normando reforçou que a prioridade é promover o desenvolvimento da Amazônia “com equilíbrio e sustentabilidade”, ao mesmo tempo em que rechaçou qualquer postura de superioridade cultural. “Enquanto você vem com sua arrogância, nós vamos oferecer o nosso calor humano. Cada um dá o que tem”, afirmou.
Após o encontro com Lula, Merz havia declarado que a Alemanha pretende contribuir com um valor “significativo” para o Fundo Florestas para Sempre, mecanismo voltado à proteção ambiental da região.
