Pesquisa aponta desejo de renovação e desgaste da polarização entre Lula e Bolsonaro para 2026

Levantamento Genial/Quaest divulgado na última quinta, dia 13, mostra que cresce o número de brasileiros que não querem candidatos ligados ao atual presidente ou ao ex-chefe do Executivo, indicando fadiga eleitoral e procura por novos nomes na disputa de 2026
O ambiente político brasileiro ganhou novos contornos na última quinta, dia 13, após a divulgação de pesquisa Genial/Quaest indicando que a população demonstra cansaço com a polarização que domina o debate nacional há mais de uma década. Segundo o levantamento, 24% dos brasileiros afirmam preferir um presidente que não esteja associado nem a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem a Jair Bolsonaro (PL). Outros 17% desejam um nome completamente fora da política tradicional.
Os dados também mostram desgaste para Lula na hipótese de disputar um novo mandato. Hoje, 59% dos entrevistados afirmam que o presidente não deveria concorrer à reeleição — índice que subiu em relação aos 56% registrados em outubro. Apenas 38% defendem que ele tente um quarto mandato. A rejeição cresce, principalmente, entre eleitores insatisfeitos com declarações recentes e com a condução de temas ligados à segurança pública.
Jair Bolsonaro, embora inelegível, também enfrenta resistência significativa: para 67% dos entrevistados, o ex-presidente deveria apoiar outro nome em 2026, enquanto 26% acreditam que ele deveria tentar manter protagonismo, mesmo sem poder concorrer.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas presencialmente entre os dias 6 e 9 de novembro, com margem de erro de dois pontos percentuais e 95% de confiança.
No cenário eleitoral projetado, Lula ainda venceria a maioria dos adversários em simulações de segundo turno — superando nove dos dez nomes avaliados. No entanto, sua vantagem diminuiu. Em uma reedição da disputa de 2022, a diferença seria apertada: 42% das intenções de voto para Lula e 39% para Bolsonaro, configurando empate técnico.
A avaliação do governo também apresenta sinais de desgaste, sobretudo em temas relacionados à segurança pública. Declarações recentes do presidente, como a afirmação de que “traficantes também são vítimas dos usuários”, foram rejeitadas por 81% dos entrevistados — incluindo 66% daqueles que se declaram alinhados ao petista. A crítica de Lula a uma operação policial no Rio de Janeiro, classificada como “desastrosa”, também foi desaprovada por 57% do público ouvido.
O conjunto dos dados reforça um movimento que ganha força no eleitorado brasileiro: a procura por alternativas que rompam com o eixo Lula-Bolsonaro e ofereçam caminhos distintos para as eleições de 2026.



