OMM revela possibilidade de La Niña nos próximos meses
Da Redação
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A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada em clima vinculada à ONU, divulgou nesta quarta-feira (11) que há 55% de probabilidade de ocorrência do fenômeno climático La Niña entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. Apesar dessa possibilidade, a atuação do evento deverá ser mais fraca e curta, insuficiente para compensar os efeitos do aquecimento global em curso.
La Niña é caracterizado pelo resfriamento da superfície do oceano na região central e oriental do Pacífico Equatorial. Suas características são opostas às do El Niño, que promove o aquecimento dessa mesma área oceânica. Ambos os fenômenos têm grande influência no clima global, especialmente em regiões tropicais.
No Brasil, a La Niña costuma alterar o regime de chuvas, aumentando as precipitações no Norte e Nordeste, enquanto reduz as chuvas no Sul e Centro-Oeste. As temperaturas no país geralmente ficam mais baixas.
A possível chegada da La Niña pode trazer algum alívio para a região Norte, que enfrenta severas secas, com consequências como a morte de peixes e fumaça nas cidades.
Embora as condições para a ocorrência da La Niña estejam sendo monitoradas desde maio de 2024, quando o clima entrou em uma fase neutra (sem El Niño ou La Niña), a temperatura do mar no Pacífico equatorial central e oriental ainda não alcançou os níveis necessários para caracterizar o fenômeno.
Segundo a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, mesmo que a La Niña se desenvolva, seu efeito de resfriamento será insuficiente para mitigar o aquecimento causado pelos níveis recordes de gases de efeito estufa na atmosfera.
“O ano de 2024 começou com o El Niño e está a caminho de ser o mais quente já registrado. Mesmo que um evento de La Niña surja, seu impacto de resfriamento será limitado diante das condições climáticas globais alteradas pelos gases de efeito estufa”, afirmou Saulo em comunicado.