Aparecida de Goiânia

Obras de Nilda Simone contam história de Aparecida

A paixão pela literatura começou aos 12 anos, quando cursava o quinto ano no Colégio Estadual Machado de Assis, no Centro de Aparecida de Goiânia. Nilda Simone começou escrevendo poemas. Depois, participou de concursos e também assinava publicações no Onze de Maio. Antes de publicar a primeira obra, a escritora participou de sete coletâneas.
‘Um Olhar Sobre Aparecida: História e Cultura” foi o primeiro livro da escritora. A obra descreve com riqueza de detalhes momentos importantes da história da cidade, destacando o desenvolvimento socioeconômico e figuras importantes que contribuíram para o crescimento da cidade.
Além da paixão pelos livros e da curiosidade aguçada em descobrir mais sobre a cidade, a questão familiar também foi fundamental para a elaboração da obra.
“Meu tataravô foi uma das primeiras pessoas que chegaram em Aparecida. Tem meu bisavô, minha bisavó, meus avós, meus pais. Quando era criança escutava as histórias de quando começou a cidade. Minha avó, que era uma mulher à frente de seu tempo, contava e me ensinava muitas coisas, ela falava sobre os carros de boi que vinha para Aparecida, a vovó falava como foi a construção da Igreja Matriz. Tenho lembranças da praça, das casinhas sendo destruídas, lembro da Serra das Areias. Foi quando pensei: se não contarmos a história, um dia ela também será destruída”, recorda a escritora, que também é professora aposentada.
Mesmo tendo convivido com personagens importantes na história da cidade, a escritora trabalhou muito para escrever o primeiro livro. “Foram cerca de 20 anos de pesquisa, o conhecimento com as famílias tradicionais ajudou bastante porque consegui relatos e fotos”.
Orgulhosa de ser aparecidense, Nilda Simone também escreveu em parceria com o filho, Gabriel, ‘Aparecida de Goiânia, Nossa História, Nossa Gente’. A obra foi reeditada e será relançada. Além disso, vai integrar o projeto pedagógico da rede municipal de educação da cidade.
“Fui professora durante 34 anos e trabalhava na primeira fase da formação infantil e não tínhamos nenhum material que contasse a história de nossa cidade para trabalhar com as crianças”, pontua. Foi o ex-prefeito Gustavo Mendanha quem pediu para a escritora um material, com linguagem adequada para o ensino fundamental. “Fizemos e com o apoio do prefeito Vilmar, o livro vai chegar às escolas”. O material, segundo ela, vai enriquecer o ensino, sobretudo, de história. “A criança vai saber não apenas a data de fundação e emancipação, ela vai saber também sobre cultura, desenvolvimento e a vinda de muitos oriundos do Nordeste que trouxeram sua cultura para somar com a nossa”.
Quando questionada sobre as inspirações, ela é enfática. “Minha musa inspiradora é Cora Coralina, gosto de Monteiro Lobato e Vinicius de Moraes”. A amiga e também goiana Iranita Mota é lembrada. “Ela é de Iporá, mas já morou em Aparecida e foi quem fundou o Grupo de Escritores de Aparecida do qual faço parte”, completa.
Outro sucesso da escritora é ‘A Poetisa Que Há em Mim’, que terá o segundo volume lançado após o esgotamento dos exemplares da primeira edição. Ao todo, são 15 obras literárias entre livros documentais, que contam a história da cidade e sua gente, livros infantis e coletâneas de poesias.

Representatividade
Aparecida de Goiânia já foi bem representada pela escritora em várias regiões do Brasil. Nilda Simone participou das bienais de Brasília e Fortaleza. Nos próximos meses, levará seus livros para o Rio de Janeiro e Pernambuco.

Causos e Lendas
Em agosto, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, a escritora vai lançar duas obras. ‘Causos & Lendas de Aparecida de Goiânia’ volume I e II narram histórias engraçadas e até assustadoras. Quem já passou dos quarenta e poucos anos certamente já deve ter ouvido que determinado túmulo no Cemitério Central chora. Diz a lenda que crianças costumavam colocar o dedo em uma pequena rachadura e imediatamente a água escorria semelhante a uma pessoa chorando. No volume II de ‘Causos & Lendas de Aparecida de Goiânia’, o leitor pode conhecer, por exemplo, a história do Zorro aparecidense. Na década de 1970, a cidade ganhou um misterioso personagem de máscara e capa preta que imitava o famoso da televisão.
“Alguns contam que ele entrava nas casas, outros que ele assustava as pessoas pulando na frente delas. E sempre misterioso, sumia como que por enquanto”, descreve a escritora.

GED

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