Economia & Negócios

Novo salário mínimo deve pressionar Previdência em 2026

Estimativa do Dieese aponta impacto de R$ 39,1 bilhões com reajuste do piso salarial para R$ 1.621

Com a definição do novo salário mínimo para 2026, o impacto fiscal sobre a Previdência Social já começa a ser dimensionado. Estimativa divulgada nesta segunda-feira, dia 22, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos indica que o reajuste do piso salarial deverá gerar um custo adicional de R$ 39,1 bilhões nas despesas previdenciárias no próximo ano.

O salário mínimo passará de R$ 1.518 para R$ 1.621, o que representa um aumento nominal de 6,79%. Segundo o Dieese, a cada R$ 1 acrescido ao piso nacional, o impacto nas contas da Previdência é de aproximadamente R$ 380,5 milhões. Como o reajuste previsto é de R$ 103, o efeito total alcança os R$ 39,1 bilhões estimados.

O estudo destaca que o reajuste atinge diretamente 61,9 milhões de brasileiros que têm rendimentos atrelados ao salário mínimo, incluindo aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais. Desse total, cerca de 70,8% dos beneficiários da Previdência Social recebem exatamente um salário mínimo, o que explica o peso significativo do aumento sobre as despesas do sistema.

A política de valorização do salário mínimo segue as regras estabelecidas pela Lei nº 14.663, de 2023, que combina a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) com o crescimento do Produto Interno Bruto de dois anos anteriores. No entanto, por força do novo arcabouço fiscal, o ganho real do mínimo ficou limitado a 2,5%, mesmo com o PIB acumulando crescimento de 3,4% no período considerado.

Para o Dieese, embora o reajuste tenha efeito relevante sobre as contas públicas, o aumento do salário mínimo também injeta recursos importantes na economia. A entidade calcula que cerca de R$ 81,7 bilhões devem circular no país em 2026 em decorrência da elevação do piso salarial, estimulando o consumo e a atividade econômica.

O levantamento reforça o desafio permanente do equilíbrio entre a valorização da renda dos trabalhadores e aposentados e a sustentabilidade fiscal da Previdência Social.

Crédito: Redação – Diário Goiás em Destaque
Com informações do Dieese

GED

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