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Nicolás Maduro impulsiona mobilização anti-EUA para disfarçar fragilidades militares

Enquanto os Estados Unidos reforçam presença no Caribe, o regime venezuelano exalta milícias e discursos beligerantes como estratégia de imagem

Em meio ao maior reforço militar dos Caribe desde a década de 1980 por iniciativa dos Donald Trump / EUA, o presidente venezuelano Nicolás Maduro tenta projetar força tanto dentro do país quanto no cenário internacional. Nas últimas semanas, o dirigente aparece ao lado de militares, proclama que o “povo está pronto para o combate” e mobiliza civis a se alistarem na Milícia Nacional Bolivariana, que, segundo ele, conta com milhões de integrantes.

Mas o discurso forte do regime funciona sobretudo como uma máquina de propaganda — segundo analistas — para encobrir as reais fragilidades das Forças Armadas Revolucionárias Bolivarianas (FARV) frente ao poderio norte-americano. Conforme relatório especializado, a mobilização venezuelana opera mais como espetáculo do que como defesa efetiva: “cada lado joga para o outro o que o adversário teme”, destaca análise da Latin American Post. LatinAmerican Post

A mídia estatal venezuelana reforça o tom: os EUA são retratados como “vorazes como os nazistas”, que desejam “cravar suas garras na riqueza petrolífera” do país. Vídeos oficiais mostram civis — alguns idosos ou pouco treinados — em pistas de obstáculos, de rifles em punho ou atravessando arames farpados, enquanto nas redes sociais o ministro do Interior Diosdado Cabello divulga cidadãos empunhando facões para a “defesa da pátria”.

Enquanto isso, os EUA confirmaram autorização de operações encobertas da CIA na Venezuela e reportaram a intensificação de ações militares no sul do Caribe. Caracas acusa Washington de buscar a “mudança de regime” e apelou ao Organização das Nações Unidas para condenar o que chama de agressão militar iminente.

O paradoxo é claro: Maduro promove um exército popular preparado para “defender montanhas, hospitais, escolas e fábricas”, enquanto o país se debate com crise econômica, desinvestimento nas forças militares e isolamento diplomático. A narrativa de resistência fortalece o regime internamente e distrai da realidade logística e operacional das Forças Armadas.

GED

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