Navios de guerra dos EUA se aproximam da Venezuela e elevam tensão no Caribe

Imagens de satélite revelam movimentação de embarcações militares americanas a menos de 200 quilômetros do território venezuelano
Goiânia – 1º de novembro de 2025 – Imagens de satélite divulgadas pela missão Copernicus Sentinel-2, da União Europeia, mostram navios de guerra dos Estados Unidos se deslocando em direção ao norte da Venezuela, aumentando a tensão política e militar na região do Mar do Caribe. As fotos, registradas no último dia 30 de outubro, foram analisadas por especialistas em defesa e indicam a presença de embarcações estratégicas da Marinha americana a curta distância do território venezuelano.
Segundo a análise, um dos navios seria o USS Iwo Jima, um navio de assalto anfíbio com capacidade de transportar e desembarcar tropas em operações de ataque. Ele estaria navegando a cerca de 190 quilômetros da Ilha de La Orchila, no litoral norte da Venezuela. Outro navio identificado seria o USS Gravely, um destróier de mísseis guiados da classe Arleigh Burke, que manobrava cerca de 320 quilômetros ao norte do continente venezuelano.
Pentágono amplia presença no Caribe
De acordo com informações do Pentágono, a movimentação faz parte de uma operação de combate ao narcotráfico na região, mas analistas acreditam que o aumento da presença militar americana tem também caráter político e estratégico, em meio à piora das relações entre Washington e Caracas.
Nas últimas semanas, o governo americano reforçou sua frota no Caribe com o porta-aviões USS Gerald R. Ford, considerado o maior do mundo, além dos navios de assalto USS Iwo Jima, USS Fort Lauderdale e USS San Antonio. Juntas, as embarcações transportam cerca de 4 mil fuzileiros navais.
Dois destróieres – o USS Gravely e o USS Jason Dunham – completam a força-tarefa. Essas embarcações, equipadas com mísseis Tomahawk de última geração, são capazes de atingir alvos em terra com alta precisão, cumprindo funções de defesa aérea, escolta e ataque naval.
Trump nega planos de ataque, mas tensão aumenta
Apesar da movimentação expressiva, o presidente americano Donald Trump negou que esteja considerando autorizar ataques dentro da Venezuela. A declaração veio após o Wall Street Journal publicar que os EUA haviam identificado alvos militares venezuelanos ligados ao contrabando de drogas.
Desde setembro, os bombardeios americanos contra embarcações suspeitas de narcotráfico no Caribe e no Pacífico resultaram na morte de dezenas de pessoas, segundo fontes oficiais. As ações aumentaram a tensão diplomática e levaram o governo de Nicolás Maduro a colocar suas forças armadas em alerta máximo.
Em resposta, Caracas divulgou imagens de caças armados com mísseis antinavio, numa clara demonstração de força diante do avanço americano.
Crise geopolítica se intensifica na América Latina
Especialistas em política internacional afirmam que a crescente presença militar dos EUA nas águas do Caribe pode representar a maior mobilização desde 2019, quando o governo americano cogitou ações diretas contra o regime de Maduro.
A situação, segundo analistas, reaquece o clima de Guerra Fria entre Washington e seus adversários regionais, especialmente após a aproximação da Venezuela com Rússia, China e Irã.
Enquanto o Pentágono sustenta que sua operação tem caráter humanitário e de combate ao tráfico, diplomatas venezuelanos acusam os EUA de provocação militar e de tentar justificar uma futura intervenção sob pretexto de segurança internacional.



