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Mineiros ilegais presos em mina abandonada na África do Sul:

Da Redação
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O drama vivido por centenas de mineiros ilegais presos em uma mina abandonada na província de North West, na África do Sul, continua a atrair a atenção nacional e internacional. Desde esta sexta-feira (15), parentes e membros da comunidade esperam ansiosamente do lado de fora, na esperança de que seus entes queridos sejam resgatados com vida. A mina de Stilfontein, onde um número indeterminado de garimpeiros ilegais se encontra preso, se tornou o epicentro de uma operação tensa, que envolve confrontos com a polícia e a pressão das famílias desesperadas.
A mina em Stilfontein, um antigo poço de mineração de ouro, é conhecida pela sua profundidade, com mais de 2 km de túnel subterrâneo. O local foi tomado por garimpeiros ilegais, conhecidos como zama-zamas, que, ao longo das últimas semanas, têm enfrentado uma repressão crescente por parte das autoridades. A polícia bloqueou os suprimentos de comida e água na tentativa de forçar os trabalhadores a saírem da mina, onde as condições de segurança são extremamente precárias. A polícia busca prender os garimpeiros, que estão lá ilegalmente, em busca de ouro remanescente.
Até o momento, o governo sul-africano não tem sido claro sobre o número exato de mineiros ainda presos, mas estima-se que centenas de pessoas possam estar no subterrâneo. A tensão aumentou após a descoberta de um cadáver, levantando temores sobre as condições de segurança e saúde dos que ainda estão no fundo do poço. Não se sabe ao certo se os garimpeiros restantes não querem ou não podem sair devido à exaustão ou ao medo das autoridades.
O desespero das famílias que aguardam do lado de fora da mina é palpável. Roselina Nyuzeya, uma mulher zimbabuana, esteve na entrada da mina e compartilhou com a Reuters a dor de esperar por seu filho, que, segundo ela, está “morrendo” no subsolo. “Estou aqui esperando pelos jovens que estão no subsolo, que estão morrendo”, disse Nyuzeya, visivelmente angustiada, enquanto a polícia mantinha barricadas ao redor da entrada da mina.
Outras famílias, também ao redor da mina, aguardam notícias de seus entes queridos, com muitas mães, esposas e irmãs em estado de agonia. Uma mulher, que preferiu não se identificar, contou que seu marido está na mina desde abril, e ela teme pela vida dele.
O ministro da Polícia da África do Sul, Senzo Mchunu, esteve no local nesta sexta-feira e declarou que as autoridades estão fazendo o possível para resgatar os garimpeiros, mas alertou sobre os riscos de continuar a operação. “Precisamos de um processo muito mais rápido porque é arriscado e perigoso para eles permanecerem onde estão”, afirmou Mchunu em uma coletiva de imprensa. A operação envolve o uso de uma roldana para içar os homens para fora da mina, mas o ministro reconheceu que as condições são extremas e muitos estão demasiado fracos para subir.
No entanto, a resposta do governo não tem sido unânime. Em declarações anteriores, o ministro da Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, afirmou que o governo não enviaria ajuda aos garimpeiros, argumentando que se tratavam de “criminosos”. “Nosso objetivo é expulsá-los da mina, não resgatá-los”, disse Ntshavheni. Essa postura, no entanto, gerou críticas, especialmente entre as famílias que esperam que seus entes queridos sejam salvos.

GED

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