Política

Mercado reage negativamente após Flávio Bolsonaro ser apontado como candidato do PL à Presidência em 2026

Indicação de Flávio Bolsonaro é vista por investidores como aumento do risco político

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta sexta-feira (5) ter sido escolhido pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para disputar a Presidência da República em 2026.

“É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”, declarou o senador em uma rede social.

A indicação, revelada inicialmente pelo portal Metrópoles e posteriormente confirmada pelo próprio Flávio e pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, provocou forte reação no mercado financeiro.

Juros disparam com percepção de maior risco político

A leitura predominante entre agentes financeiros foi a de que Flávio Bolsonaro teria menor competitividade eleitoral e menor capacidade de atrair alianças amplas capazes de enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Como consequência, as taxas de juros futuros registraram alta acentuada.

O DI para janeiro de 2028 subiu 55 pontos-base na máxima do dia, alcançando 13,275%. Segundo analistas, o salto reflete o aumento do prêmio de risco associado ao Brasil diante de um cenário eleitoral considerado mais imprevisível.

Apesar da reação imediata, a curva de juros ainda aponta para a manutenção da expectativa de corte da taxa Selic pelo Banco Central em janeiro — possibilidade que pode ser revista caso o câmbio sofra pressão adicional.

Sensibilidade do mercado ao cenário eleitoral

O episódio evidencia, mais uma vez, a forte influência da disputa presidencial na percepção de risco do setor financeiro. A escolha de um herdeiro político direto de Bolsonaro, preso e inelegível, foi interpretada como um movimento que reduz as chances de vitória da oposição e amplia a incerteza.

Na avaliação de investidores, a reação dos DIs funciona como um termômetro do desconforto com um cenário considerado menos favorável a uma alternância de poder vista como “amigável ao mercado”.

GED

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