Mercado eleva projeção do PIB e inflação recua ao menor nível em quase 30 anos, aponta Focus

Crescimento estimado para 2025 sobe para 2,25%, enquanto IPCA revisado reforça tendência de desaceleração; dólar e juros permanecem em patamar elevado**
As expectativas do mercado financeiro para o desempenho da economia brasileira ganharam novo fôlego após a divulgação do boletim Focus nesta segunda, dia 8. O relatório semanal do Banco Central, que reúne projeções de mais de uma centena de instituições financeiras, elevou a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto para 2,25% neste ano, acima dos 2,16% previstos anteriormente. O ajuste ocorre em meio a uma sequência de indicadores que mostram resiliência econômica, impulsionada pelos setores de serviços e indústria.
O cenário mais robusto para o PIB também se estende aos próximos anos. Para 2026, a projeção passou de 1,78% para 1,8%, enquanto as previsões para 2027 e 2028 foram mantidas em 1,84% e 2%, respectivamente. A trajetória indica estabilidade moderada, alinhada ao desempenho recente da economia, que cresceu 0,4% no segundo trimestre e encerrou 2024 com expansão de 3,4%, o melhor resultado desde 2021.
O boletim também trouxe novidades no comportamento da inflação. Após quatro semanas de revisão para baixo, o IPCA estimado para este ano caiu para 4,4%, influenciado pelo resultado de outubro, quando o índice avançou apenas 0,09% — a menor variação para o mês desde 1998. A desaceleração foi puxada principalmente pela redução na conta de luz. Mesmo assim, o acumulado em 12 meses (4,68%) ainda está acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
Para 2026, a inflação projetada passou a 4,16%, enquanto 2027 e 2028 registram expectativas de 3,8% e 3,5%. O comportamento dos preços continua no centro das atenções, sobretudo devido ao impacto direto sobre a política monetária. A taxa Selic permanece em 15% ao ano, após três manutenções consecutivas, e o Copom já admite a possibilidade de novas altas caso considere necessário.
O boletim também atualizou as expectativas para o câmbio: o dólar deve encerrar o ano em R$ 5,40 e subir para R$ 5,50 no fim de 2026. O ambiente externo, marcado pela incerteza na economia dos Estados Unidos, segue como fator decisivo para as condições financeiras domésticas.
Com a última reunião do Copom prevista para esta terça (9) e quarta, analistas avaliam que a Selic deve seguir elevada em 2025, encerrando o ano novamente em 15%, antes de iniciar trajetória de queda em 2026.



