Marconi Perillo admite maior crise da história no PSDB e diz que ‘chegamos ao fundo do poço’

O PSDB vive uma crise estrutural que ameaça sua própria sobrevivência. Quem admite é o próprio presidente nacional da legenda, Marconi Perillo. Em entrevista concedida nesta quinta-feira (14/8) ao Contexto Metrópoles, o ex-governador de Goiás não poupou diagnósticos duros:
“Perdemos muita gente e continuamos perdendo. É importante que um partido como o PSDB não desapareça”.
O ápice da turbulência, segundo Perillo, ocorreu em 2022, quando a legenda sofreu derrotas expressivas nas urnas e iniciou um processo de debandada de filiados de peso. A situação se agravou em 2024, com a saída do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, após 24 anos de filiação, rumo ao PSD de Gilberto Kassab.
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e o senador Izalci Lucas (DF) também deixaram a sigla, migrando para partidos rivais. Em São Paulo, o PSDB perdeu todos os oito vereadores que possuía na Câmara Municipal. A legenda ainda deixou de ter representação nas Câmaras Municipais de 12 capitais brasileiras, revelando um esvaziamento sem precedentes.
As críticas internas se concentram na condução centralizadora de Perillo, apontada como um dos fatores para a fuga de lideranças. O desgaste do próprio dirigente também pesa: derrotado nas últimas duas eleições para o Senado (2018 e 2022), ele carrega a sombra de denúncias de corrupção durante suas gestões no governo de Goiás.
Apesar do cenário desfavorável, Marconi tenta manter o discurso otimista. Ele projeta que o PSDB possa se reerguer até as eleições de 2026: “É perfeitamente possível, ao fim da eleição de 2026, chegar com mais corpo do que na eleição de 2022”, afirmou. A missão, no entanto, será convencer antigos aliados a voltar e conquistar novos nomes em um ambiente político cada vez mais polarizado.