Mais de 60% dos goianos estão acima do peso, aponta levantamento da SES-GO

Pesquisa Vigitel 2025 revela aumento expressivo nos índices de obesidade e hipertensão no estado, associado à má alimentação e ao consumo excessivo de ultraprocessados
A saúde dos goianos acende um sinal de alerta. Dados do Vigitel Goiás 2025, divulgados nesta quarta-feira (5) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), mostram que 62,9% da população está acima do peso — um aumento significativo em relação aos 57,3% registrados em 2022. A obesidade também avançou, saltando de 22,8% para 25,7%, enquanto a hipertensão arterial passou a atingir 26,3% dos goianos, o equivalente a mais de um quarto dos habitantes do estado.
O levantamento revela uma mudança preocupante nos hábitos alimentares. O consumo de alimentos ultraprocessados cresceu de 17,9% para 24,4%, enquanto o de frutas e hortaliças recuou de 26,4% para 24,7%. O refrigerante, por sua vez, voltou a ocupar espaço na rotina alimentar, com alta de 19,5% para 21%.
Segundo a SES-GO, esses padrões alimentares, somados ao sedentarismo e à alta ingestão de sódio, estão diretamente ligados ao aumento dos casos de obesidade e hipertensão.
A gerente de Vigilância Epidemiológica de Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Magna Maria, explicou que a edição 2025 da pesquisa ampliou o número de entrevistas — de 5 mil para 18 mil pessoas —, o que permitiu um retrato mais detalhado da realidade do estado. “Nas regiões menores, a alimentação tradicional ainda predomina, com arroz, feijão e carne. Já nas maiores, cresce o consumo de ultraprocessados e comidas rápidas. Observamos melhora na prática de atividade física entre pessoas com maior escolaridade, mas a população mais vulnerável ainda é a que menos se exercita e mais sofre com os fatores de risco”, pontuou.
Em coletiva de imprensa, a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, ressaltou a importância do Vigitel como ferramenta estratégica. “A pesquisa nos mostra o retrato real da saúde dos goianos. São informações essenciais sobre alimentação, tabagismo, saúde mental, atividade física e acesso a exames preventivos. Esses dados orientam políticas públicas mais eficazes e direcionadas”, afirmou.
Flúvia destacou ainda a preocupação com o aumento do tabagismo entre os jovens e com a substituição crescente da alimentação tradicional por produtos industrializados. Apesar disso, ela também apontou avanços, como a ampliação do acesso a exames de prevenção, incluindo mamografia e papanicolau.
O Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) é realizado anualmente pelo Ministério da Saúde e adaptado pelos estados. Em Goiás, a pesquisa reforça a necessidade de ações integradas de educação alimentar, incentivo à prática de exercícios e prevenção de doenças crônicas.



