Goiás tem a maior ocupação de leitos de UTI para Covid-19 do país
Pelo menos 12 hospitais estaduais estão lotados. Outros cinco estão perto do limite, com mais de 90% de ocupação. Para especialista, um reflexo dessa lotação são os registros de aglomerações por toda a parte do estado.
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Em Goiás, a taxa de ocupação dos hospitais que tratam a Covid-19 continua em alta. O estado tem a maior ocupação do país: acima dos 80%, enquanto outros estados apresentam índices mais baixos.
Pelo menos 12 hospitais estaduais estão lotados, sem vagas. Outros cinco estão perto do limite, com mais de 90% de ocupação. Em seguida vem Mato Grosso (73%) e Tocantins (72%). Os demais estados ficam na média de 49% de ocupação. Os dados foram levantados pela reportagem até as 11h desta quinta-feira (29).
Mais de 80 pessoas estão na fila de espera por um leito de UTI. O Superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, Sandro Rodrigues, diz que o tempo de espera é curto, mas admite os números ainda são altos porque há uma estabilidade na taxa de ocupação.
“A gente tem que lembrar que a pandemia não acabou. Se a gente for pensar uma taxa média de 75%, é uma taxa alta ainda. Mesmo assim as pessoas não entenderam que precisam se cuidar e dos outros também”, ponderou Rodrigues.
Para o infectologista Marcelo Daher, um reflexo dessa lotação são os registros de aglomerações por toda a parte do estado.
“Estamos com uma transmissão elevada em todo o estado. Então a liberação total de restrições ou afrouxamento num cenário de vacinação ainda baixa vai levar a isso, ao que a gente está vendo: diagnósticos maiores, alta transmissão e ocupação de hospital alta também”, ressaltou Daher.
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Taxa de ocupação das UTIs continua alta em Goiás — Foto: JN
Aglomerações
Bares e restaurantes lotados. Pelas ruas, pessoas sem máscara. Cenas cada vez mais comuns em Goiânia, conforme registros feitos pela TV Anhanguera nos últimos dias.
No interior do estado, a situação se repete. Uma multidão lotou as piscinas de um clube no município de Caldas Novas, uma das principais cidades turísticas do estado.
A autônoma Ludmila Guimarães gravou imagens em um clube da cidade, para onde viajou com a família, mas foi embora sem aproveitar.
“Ficamos muito abismados com a quantidade de pessoas. Tinha umas 1,5 mil pessoas, muita gente. Não vi álcool gel esparramado em mesa alguma. Todo mundo estava sem máscara”, lamentou Ludmilla.
Fonte: G1