Em entrevista aos jornalistas Oloares Ferreira e Marcelo Heleno, no Jornal da Sucesso, da Rádio Sucesso, na terça-feira (4), a senadora e candidata à reeleição Lúcia Vânia (PSB) falou das propostas para o país, destacando a pauta do ensino básico. Atualmente, a goiana preside a Comissão de Educação, Cultura e Esporte e ajudou a destravar, desde o ano passado, obras de 48 creches em Goiás.
“Quero fazer com que a sustentação do ensino básico no país, que está nas mãos dos municípios, seja feita pelo governo federal, fazendo a carreira de estado para os professores e federalizando o salário dos professores, assim como a construção de escola padronizada para todo o país”, afirmou Lúcia Vânia.
A candidata tem dito que pretende tornar a escola do filho do pobre tão boa quanto a escola do filho do rico. “Nós não podemos mais conviver com duas escolas no Brasil”, explica, considerando que o acesso ao ensino de qualidade é decisivo para dar oportunidades aos jovens.
A senadora também avalia que “a circunstância e o momento exigem novas medidas” para o trabalho do Congresso. “Nós temos aí como grande desafio do próximo mandato dos senadores e deputados fazer grandes reformas: a reforma da Previdência, a reforma política – que é a mãe de todas as reformas –, a reforma tributária e a reforma do Estado”, disse.
“Esse desafio só é possível com um novo presidente da República que tenha legitimidade para fazer essas reformas. Nós tentamos fazer algumas reformas, mas a falta de legitimidade do presidente da República dificulta muito o entendimento e o consenso em torno desses temas que são polêmicos”, considerou, observando também que espera-se do novo presidente a capacidade de articulação necessária para governar o Brasil com seus 35 partidos políticos.
A transformação da prática política, para Lúcia Vânia, passa pela quebra de “todos esses privilégios, não apenas no Legislativo, como também no Executivo e no Judiciário”.
Mulheres
Durante a entrevista, os jornalistas também abordaram o tema da participação feminina na política. “Hoje os partidos aceitam as mulheres, mas não aceitam aquelas que são mais competitivas. Eles colocam as mulheres simplesmente para cumprir as cotas e ao mesmo tempo não dão o espaço eleitoral”, contou a senadora.
A questão da violência contra a mulher foi outro ponto levantado. “Eu fui relatora da Lei Maria da Penha. Acho que nós tivemos um avanço enorme em relação ao combate à violência contra a mulher. Essa lei por si só não resolve, é preciso que a gente tenha uma série de outras ações para superar esse quadro”, advertiu Lúcia Vânia.
“Essa inserção da mulher na sociedade, esse reconhecimento do seu papel, essa independência que ela busca como ser humano tem provocado muitas reações dos seus companheiros, dos maridos que estavam habituados com aquela mulher doméstica, aquela mulher que resumia a sua atividade no lar. Hoje a mulher sai para o trabalho, ela tem a sua independência financeira e isso tudo provoca uma grande modificação”, disse a candidata ao Senado.
Lúcia Vânia defende mais rigor do poder judiciário para a punição de crimes de gênero. “O poder judiciário, muitas vezes impregnado de um machismo, interpreta a lei a seu bel prazer. Outra coisa é que a mulher, ao chegar à delegacia, muitas vezes sofre chacota e é recebida sempre como a pessoa que provocou (o crime), a pessoa que se veste provocativamente, então sempre a culpa é da mulher e isso faz com que muitas vezes ela vá denunciar e eles ignorem. E depois as ações protetivas: o Estado precisa oferecer à mulher a garantia para que ela possa denunciar, porque se ela denuncia e o marido ameaça, ela fica com muita dificuldade”, ponderou a senadora.