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Líderes Europeus realizam cúpula sob a ameaça de Trump à OTAN e à paz global

Da Redação
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Enquanto a Europa se reúne em uma cúpula crucial em Budapeste, a sombra da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos novamente paira sobre o continente. A cúpula, que ocorre em 7 de novembro, reúne líderes da Comunidade Política Europeia, um fórum que abrange quase 50 países, exceto Rússia e Bielorrússia. O encontro busca discutir os impactos do governo de Trump sobre questões econômicas, de segurança e geopolíticas, com destaque para a OTAN, a guerra na Ucrânia e a ordem mundial.
Trump, durante sua campanha, fez uma série de ameaças que incluem uma guerra comercial com a Europa e até a retirada dos Estados Unidos da OTAN — a aliança militar mais poderosa do mundo. Além disso, ele sugeriu que os EUA poderiam deixar de apoiar a Ucrânia na sua luta contra a invasão russa, um movimento que pode alterar drasticamente o equilíbrio de poder no Leste Europeu.
A cúpula de Budapeste ocorre em um momento decisivo. A carta-convite para o evento descreve o cenário atual como um momento de “riscos para a paz, a estabilidade e a prosperidade” na região, agravados pelas incertezas sobre o novo governo dos Estados Unidos.
O impacto de um possível retorno de Trump ao governo dos Estados Unidos é imediato no setor econômico. A presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recordou os desafios enfrentados pela Europa durante a presidência de Trump, que impôs tarifas de aço e alumínio, prejudicando o comércio transatlântico. Esses impostos resultaram em uma guerra comercial entre os EUA e a União Europeia, com retaliações que afetaram produtos como motores de motocicleta, whisky e jeans.
Agora, Trump ameaça impor uma tarifa universal de 10% sobre todos os produtos importados, o que poderia gerar uma reação em cadeia, afetando ainda mais o comércio global e colocando em risco a estabilidade econômica de diversas nações, incluindo os países europeus.
Além das tensões econômicas, a OTAN e a guerra na Ucrânia estão entre os principais focos de preocupação. A Ucrânia, representada pelo presidente Volodymyr Zelensky, que também participa da cúpula, busca maiores apoios militares para combater a invasão russa. Contudo, a fala de Trump de que poderia terminar a guerra em 24 horas, caso fosse eleito, gera um cenário de incertezas. Zelensky e outros líderes ucranianos interpretam isso como um sinal de que os EUA sob Trump poderiam suspender os aportes militares à Ucrânia, o que deixaria a Ucrânia vulnerável.
A questão central é que Trump já declarou publicamente que os aliados da OTAN não têm contribuído o suficiente para a aliança e que, caso isso não mude, ele poderia retirar o apoio militar dos EUA. Em um comício deste ano, Trump afirmou que, se a OTAN não aportasse mais recursos, ele permitiria que a Rússia fizesse o que quisesse com os países da aliança.
Em resposta a essas ameaças, os líderes europeus estão se mobilizando para fortalecer a OTAN e reduzir a dependência dos Estados Unidos, especialmente no que diz respeito à dissuasão nuclear.
O ano de 2023 marcou um marco, com os países europeus da OTAN gastando, pela primeira vez em décadas, 2% do PIB em defesa, somando 380 bilhões de dólares. Além disso, os países da OTAN estão começando a assumir mais responsabilidades no fortalecimento das suas forças armadas convencionais, como infantaria, armamentos, logística e artilharia.

GED

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