Goiânia sanciona lei que institui o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa
O texto de autoria da vereadora Aava Santiago visa o respeito e proteção à pluralidade, colocando o dia 21 de janeiro como parte do Calendário Municipal
Na tarde da última quarta-feira (08/09) a lei que institui o Dia de Combate à Intolerância Religiosa foi sancionada em Goiânia.
A solenidade foi realizada no Paço Municipal com a presença de lideranças religiosas de diferentes matrizes. O texto de autoria da vereadora Aava Santiago visa o respeito e proteção à pluralidade, colocando o dia 21 de janeiro como parte do Calendário Municipal Oficial de Eventos da capital.
Em seu pronunciamento, Rogério Cruz classificou a intolerância religiosa como inaceitável por ferir o respeito ao outro, assim como a sua fé. “Cada um tem direito à sua própria crença, a seguir aquilo que acredita.
Como representante do poder público, é meu dever assegurar que esse direito seja exercido em sua plenitude”, frisou.
Ainda segundo o líder do Executivo, “o respeito independe da fé ou da cultura do outro”.
Dirigindo-se às lideranças religiosas presentes na solenidade, o prefeito da capital pontuou a possibilidade concreta de que cada um tenha passado por situações de intolerância, ainda que em diferentes graus.
“Algo que, a meu ver, é inadmissível, inclusive sob o ponto de vista da própria religião. Se não quero o mal para mim, por que direcioná-lo ao outro? Por que ser intolerante?”.
“O diferente também é alguém, o reflexo da multiplicidade que é a cultura humana”, destacou em seu pronunciamento Watusi Santiago, yalorixá que representou as lideranças religiosas. Agredida fisicamente em 2015 devido às vestimentas características do candomblé, colocou a lei como validação do direito inviolável à crença.
“Que consigamos educar para o amor e respeito, vislumbrando uma sociedade diversa e livre”, finalizou.
O Disque Direitos Humanos (Disque 100) recebe, a cada 15 horas, uma denúncia de atos de intolerância religiosa.
A estatística foi levantada pela vereadora Aava Santiago, autora do projeto. Frisando que a fé jamais deve justificar a perseguição, a parlamentar salientou “o compromisso de incentivar a cultura de proteção à pluralidade religiosa, o respeito a todas as manifestações e o direito de culto garantido pelos agentes públicos”.
Ainda segundo ela, “é triste que em pleno século XXI, quando poderíamos apenas falar sobre promoção de direito, ainda precisamos combater retrocessos”.
A Lei n.° 89/2021, que institui no Calendário Municipal Oficial de Eventos de Goiânia o Dia de Combate à Intolerância Religiosa deve ser publicada em edição do Diário Oficial do Município (DOM) ainda nesta semana.