Economia & Negócios

jovens impulsionam empreendedorismo em Goiás

Da Redação
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O empreendedorismo jovem ganha força em Goiás. Segundo dados do Sebrae e IBGE, o número de jovens atuando como donos do próprio negócio no estado superou 168,8 mil em 2024, aumento de 11% em relação a 2020. O setor de serviços é o principal motor desse crescimento, com alta de 14% em quatro anos, mas o comércio também se destaca, representando 15% das iniciativas. Juntos, serviços e comércio respondem por mais de 80% das atividades empreendidas por jovens goianos.
As mulheres têm participação cada vez mais relevante nesse cenário. Elas representam 40% dos jovens empreendedores do estado, segundo o Sebrae. Muitas buscam no empreendedorismo uma alternativa para conciliar renda extra, flexibilidade de horário e cuidados com a família. Um exemplo é Bianca Deodato, 27 anos, ex-professora e mãe, que hoje administra o ateliê Bianca Criações, especializado em roupas e fantasias temáticas. Bianca, que buscou qualificação gratuita no Colégio Tecnológico de Goiás, aposta no e-commerce para levar seus produtos a todo o país. ‘Goiânia é o segundo maior polo têxtil da América Latina. Temos cursos gratuitos, incentivos e muitas oportunidades no comércio eletrônico’, observa a empresária.
Além do comércio e serviços, o empreendedorismo no estado também tem se revelado um caminho alternativo para aqueles que buscam independência antes mesmo de concluir o ensino superior. Um em cada quatro jovens empresários em Goiás não concluiu a faculdade, segundo levantamentos. Esse foi o caso de Matheus Torquato, de 26 anos, dono da pamonharia Divina Pamonha.
Influenciado pela tradição familiar no ramo do milho verde, Matheus apostou na própria marca durante a pandemia, começando a produção em casa, com ajuda da mãe. Hoje, já possui fábrica própria e projeta expansão. ‘Queremos abrir outros pontos, lançar novos sabores e promover a cultura goiana’, afirma o jovem.O perfil do jovem empreendedor em Goiás é marcado por diversidade. A maioria, 60%, são homens, enquanto 47% possuem ensino médio completo. Há forte presença de pessoas que se declaram pardas ou pretas, cerca de 60% do público analisado. A maioria atua por conta própria, com apenas 12% sendo empregadores, e menos da metade possui CNPJ — reflexo da alta informalidade que ainda persiste entre esse público. O rendimento médio mensal, em 2024, foi de R$ 3.078, patamar significativo diante da média nacional para essa faixa etária.
Apesar do crescimento acentuado, os jovens empreendedores goianos ainda enfrentam desafios importantes. A falta de capital inicial, experiência prática e apoio técnico são citados como principais barreiras para o desenvolvimento dos negócios. Mesmo assim, histórias como as de Bianca e Matheus mostram que, com criatividade, resiliência e qualificação profissional, é possível transformar dificuldades em oportunidade. O ecossistema empreendedor de Goiás, atualmente, ganha vigor graças à força, inovação e determinação desses jovens, que apostam no futuro por meio do trabalho, do estudo e da participação ativa na economia local.

GED

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