Itália dá sinal verde para maior ponte suspensa do mundo

Da Redação
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O azul do mar Mediterrâneo entre a Sicília e a Calábria está prestes a ser cortado por um feito de engenharia histórica: o governo da Itália aprovou a construção da maior ponte suspensa do mundo, com 3,7 km de vão central. A obra vai ligar a ilha siciliana ao continente europeu sem a necessidade de balsas ou barcos, mudando para sempre a paisagem e a mobilidade no sul do país.
A construção será liderada pelo consórcio Eurolink, encabeçado pela gigante italiana Webuild, e está orçada em € 13,5 bilhões.
O cronograma é ambicioso: serão 10 anos de trabalho, com entrega prevista para 2032. Segundo os idealizadores, mais de 100 mil empregos diretos e indiretos devem ser gerados ao longo da obra.
O projeto não é novo. A ideia de unir a Sicília ao restante da Itália com uma ponte remonta aos anos 1960 e já passou por diversas tentativas frustradas, sempre travada por impasses políticos, técnicos e ambientais. Desta vez, com o aval do Comitê de Planejamento Econômico do governo italiano, o plano sai do papel com apoio político mais consistente.
A ponte será do tipo suspensa, sem pilares centrais, o que permitirá a travessia segura de navios e facilitará o transporte rodoviário e ferroviário. No entanto, o projeto já enfrenta forte oposição de ambientalistas e parte da comunidade científica. Críticos alertam para o impacto ambiental na fauna marinha e nas reservas naturais da região, além dos riscos associados à intensa atividade sísmica da área.
A ONG Legambiente, uma das maiores da Itália, denunciou o projeto à União Europeia, argumentando que os riscos superam os benefícios.
Engenheiros também questionam a viabilidade técnica da estrutura em uma zona geológica instável.
Apesar da polêmica, a obra representa um salto para a engenharia italiana. Se concluída, a ponte colocará o país entre os gigantes da construção de megainfraestruturas, ao lado de Japão, Turquia e Dinamarca — nações que já ergueram pontes monumentais sobre o mar.