Israel volta a bombardear Gaza após acusar Hamas de romper cessar-fogo

Netanyahu ordena retaliação a suposto ataque; grupo terrorista nega e fala em provocação militar israelense
Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza neste domingo (19), após acusar o grupo Hamas de violar o cessar-fogo firmado em 10 de outubro. O governo israelense afirmou que os ataques foram realizados em resposta a uma ofensiva do grupo contra militares israelenses.
De acordo com fontes oficiais, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou uma “forte resposta” ao que classificou como uma “agressão intolerável”. O Hamas, porém, negou ter realizado qualquer ataque e acusou Israel de provocar o confronto para justificar novas operações militares.
Segundo testemunhas ouvidas pela agência France Presse, aviões de combate israelenses efetuaram dois bombardeios na cidade de Rafah, no sul de Gaza, em uma zona sob controle militar de Israel. Antes dos ataques, houve troca de tiros entre combatentes do Hamas e outro grupo armado palestino.
Fontes militares israelenses confirmaram apenas a ocorrência de confrontos, mas não reconheceram oficialmente os bombardeios. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou que o episódio representa “uma violação flagrante do cessar-fogo” e prometeu “respostas proporcionais”.
O cessar-fogo, mediado pelos Estados Unidos, estava em vigor desde o dia 10 de outubro e permitiu o retorno de reféns israelenses capturados durante os meses de conflito. Desde então, episódios isolados de violência vinham sendo registrados, mas sem grandes ataques aéreos.
O Hamas acusa Israel de descumprir o acordo com ações militares e mortes de civis palestinos. Segundo o grupo, ao menos 37 pessoas foram mortas por tiros disparados por forças israelenses desde o início da trégua.
Com o aumento das tensões, mediadores internacionais temem o colapso do frágil cessar-fogo. Representantes da ONU e dos EUA pediram “máxima contenção” para evitar uma nova escalada que coloque em risco negociações humanitárias e o envio de ajuda à população de Gaza.