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Influenza: maioria dos internados no HMAP com a doença não tomou a vacina

Da Redação
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A baixa adesão à vacina contra a influenza em Goiás acende um alerta sobre o risco de agravamento da doença e o impacto direto nos atendimentos hospitalares. No Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), unidade da Secretaria Municipal de Saúde, gerida pelo Einstein, já foram registradas internações que poderiam ter sido evitadas com a imunização adequada.
Segundo levantamento do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do HMAP, nos últimos seis meses, 23 moradores de Aparecida de Goiânia foram internados com diagnóstico de influenza. Destes, 14 (60%) fazem parte do público prioritário recomendado para vacinação, mas apenas um deles havia recebido a dose, conforme dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que apenas 20,21% das pessoas nos grupos prioritários — crianças menores de seis anos, gestantes, puérperas e idosos acima de 60 anos — receberam a vacina em 2025. No ano anterior, a cobertura foi de 48%, ainda longe da meta de 95% definida pelo Ministério da Saúde.
A influenza pode evoluir rapidamente para complicações graves, como pneumonia viral ou bacteriana, insuficiência respiratória, internação em UTI e até óbito. Pacientes com doenças crônicas — asma, diabetes, DPOC, cardiopatias — têm maior risco de complicações, assim como crianças e idosos.
Além do risco individual, as internações causam impacto direto na estrutura hospitalar. Pacientes com influenza muitas vezes exigem isolamento respiratório, o que demanda quartos exclusivos, maior uso de equipamentos de proteção, alocação especial de equipes e vigilância reforçada. “A internação de um único paciente pode mobilizar uma série de recursos e afetar a capacidade de atendimento do hospital”, explica Priscilla Swadda.
Vacina disponível o ano todo, mas procura é baixa
Desde 2024, a vacina contra a gripe está disponível durante todo o ano para os grupos prioritários, e não apenas em campanhas sazonais. Mesmo assim, a procura permanece baixa. Profissionais de saúde reforçam que a imunização é segura, eficaz e fundamental para prevenir a doença.
A vacina contra influenza precisa ser tomada anualmente porque o vírus sofre mutações frequentes. A cada temporada, uma nova versão da vacina é produzida com base nas cepas circulantes globalmente. Assim, manter a vacinação atualizada é essencial para proteção contra as variantes recentes.
Inaugurado em dezembro de 2018, o HMAP é o maior hospital estadual construído por uma prefeitura. Desde junho de 2022, é administrado pelo Einstein, com mais de 1.100 colaboradores atuando em alta complexidade — incluindo hemodinâmica, cirurgia bariátrica e diversas especialidades. A estrutura conta com 10 salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, distribuídos em UTIs pediátrica e adulto, enfermarias pediátrica e clínica médica/cirúrgica.
O hospital foi a primeira operação pública do Einstein fora de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI foram reduzidas, a capacidade de atendimento aumentada, e as filas para cirurgias eletivas diminuídas por mutirões. O tempo médio de internação caiu de 9,5 para 5 dias, e a taxa de mortalidade reduziu de 15,33% para 3,6%.

GED

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