Polícia

Influenciadora é indiciada por homicídio após morte durante procedimento estético

Natália Becker, de 29 anos, é acusada de homicídio com dolo eventual após paciente falecer durante peeling de fenol. Curso online oferecido por farmacêutica paranaense e regulamentação são pontos em destaque no caso.

Uma tragédia envolvendo um procedimento estético resultou no indiciamento da influenciadora Natália Becker, de 29 anos, por homicídio com dolo eventual. O caso ocorreu durante um peeling de fenol realizado em São Paulo, onde um paciente veio a óbito. A influenciadora aprendeu a técnica através de um curso online oferecido pela farmacêutica paranaense Daniele Stuart, que ensina o procedimento por meio da plataforma Hotmart, com mais de mil alunos matriculados.

Segundo relatos, Natália cobrava cerca de R$ 4.500 por aplicação do peeling em sua clínica na Zona Sul de São Paulo, realizando em média dois tratamentos semanais. A substância utilizada, chamada “N.Face”, não possui comprovação científica, conforme declarou Felipe Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e coordenador científico da International Peeling Society.

Procurada pela reportagem, Daniele Stuart preferiu não comentar o caso até obter mais informações. No entanto, é evidente a preocupação com a legislação federal, que não permite que procedimentos como o peeling de fenol sejam ensinados por profissionais que não possuam formação médica. Essa questão levanta debates sobre a regulamentação nessa área, que ainda carece de claridade sobre quem pode ou não realizar tais procedimentos.

Felipe Ribeiro ressalta a complexidade e a importância da formação médica para procedimentos desse tipo, destacando a necessidade de seis anos de graduação em medicina, seguidos por três anos de residência. Ele enfatiza que o peeling com fenol não é apenas um procedimento estético, mas também tem aplicações médicas, como o tratamento preventivo de possíveis casos de câncer de pele.

Por fim, Ribeiro menciona a frequência com que dermatologistas atendem pacientes após complicações decorrentes de procedimentos realizados por profissionais não médicos, enfatizando a necessidade de abordagens adequadas e seguras para tais tratamentos.

Este caso evidencia não apenas a responsabilidade dos profissionais que realizam procedimentos estéticos, mas também a importância de uma regulamentação clara e rigorosa para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes.

GED

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