Horário de Verão à vista: Governo decide esta semana sobre retorno da medida
A expectativa cresce em torno da decisão do presidente Lula sobre o retorno do horário de verão, uma discussão que voltou à tona devido à grave seca enfrentada pelo Brasil. O Ministério de Minas e Energia está analisando o impacto dessa medida, que consiste em adiantar os relógios em uma hora, com a intenção de reduzir o consumo de energia em horários de pico.
O ministro Alexandre Silveira destacou que, em um “momento realmente crítico” para a geração de energia, a volta do horário de verão poderia mitigar o aumento do consumo, especialmente no período da tarde e no início da noite, quando a demanda atinge seu auge. Ele explicou que, durante esses horários, as fontes de energia solar e eólica perdem eficiência, forçando o uso de termelétricas e hidrelétricas, o que encarece a geração de eletricidade.
Alternativas para a Crise Energética
O vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou que, apesar das dificuldades, o país não deve enfrentar uma crise de falta de energia, mas a volta do horário de verão é considerada uma “alternativa” viável. “Precisamos todos ajudar. O horário de verão pode ser uma boa alternativa para economizar energia”, afirmou Alckmin, enfatizando a necessidade de uma campanha de conscientização sobre a economia de energia.
Benefícios Econômicos e Mudanças de Hábito
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) defende a volta do horário de verão, argumentando que a medida pode impulsionar o faturamento do setor, com um aumento de 10% a 15% nas vendas entre 18h e 21h. Para a Abrasel, o horário de verão oferece um “terceiro turno” ao comércio, estimulando o consumo e atraindo mais clientes aos estabelecimentos.
No entanto, o horário de verão foi extinto em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro, que justificou a decisão com base em estudos que indicavam que a mudança não trazia mais benefícios à economia de energia e poderia afetar a saúde da população, prejudicando o sono e provocando estresse.
Perspectivas Futuras
A possibilidade de reverter a decisão de 2019 gera polêmica. Uma pesquisa informal realizada por Lula em 2023 indicou que a maioria da população era favorável ao retorno do horário de verão. Por outro lado, estudos técnicos recentes indicam que a mudança de hábitos de consumo pode ter reduzido a eficácia da medida na economia de energia.
O horário de verão foi introduzido no Brasil em 1931 e, após interrupções, foi adotado anualmente até 2019. Agora, a discussão sobre sua possível reintegração ao calendário brasileiro envolve não apenas questões técnicas, mas também políticas e sociais, com implicações para a economia e o bem-estar da população.
À medida que o governo se prepara para tomar uma decisão, resta saber se os benefícios econômicos e a necessidade de redução de consumo de energia serão suficientes para reverter o fim do horário de verão no Brasil. A expectativa é que a decisão seja anunciada nos próximos dias, enquanto o país lida com os efeitos da seca e busca soluções para garantir a segurança energética.