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Do encontro com a arte ao encontro com Deus:A história de Waldomiro de Deus e Valdemy Teixeira

Uma amizade que atravessa décadas, unindo arte, fé e sensibilidade em uma jornada compartilhada entre mestre e discípulo

O fotógrafo goiano Valdemy Teixeira e o artista plástico Waldomiro de Deus mantêm uma amizade de mais de 30 anos, marcada por parceria artística e fé.

O encontro entre os dois ocorreu quando Valdemy ainda era jovem. Ele buscava referências e encontrou em Waldomiro não apenas um mestre, mas também uma figura paterna.

Waldomiro, conhecido pelas cores vibrantes e temática religiosa de suas obras, apresentou ao amigo a vivência espiritual como parte do processo criativo. Segundo Valdemy, fotografar tornou-se sua forma de expressar amor, fé e beleza, influenciado pela sensibilidade do artista.

Ao longo das décadas, Valdemy registrou momentos importantes da trajetória do mestre, incluindo imagens que integram a nova exposição. Parte dessas fotos está no livro Waldomiro de Deus – 60 anos de arte, que será lançado na próxima segunda-feira, 4 de agosto, às 19h30, no Museu de Arte de Goiânia.

O evento marca também a abertura da mostra homônima, que celebra a carreira de um dos principais representantes da arte naïf no País e a relação construída entre os dois artistas.

O pintor primitivista Waldomiro de Deus Souza nasceu em 12 de junho de 1944, em Itagibá (BA). Chegou a São Paulo em 1959 como engraxate e iniciou sua pintura em 1961 ao usar cartolina e tintas encontradas no trabalho como jardineiro. Começou vendendo suas obras no Viaduto do Chá, o que marcaria o início de uma carreira reconhecida internacionalmente.

Terry Della Stuffa, decorador, revelou-se um mentor decisivo. Ele ofereceu tintas, espaço e apoio. Em 1966, houve a primeira exposição individual na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado).

Waldomiro tornou-se um nome forte da arte naïf brasileira. Pintava cenas do folclore baiano – mula‑sem‑cabeça, lobisomem – ao lado de representações religiosas inusitadas, como Nossa Senhora de minissaia. Esses temas geraram polêmica e até perseguição da organização Tradição Família e Propriedade (TFP). Suas obras circulam internacionalmente e expressam religiosidade, humor e crítica social, sempre com cores vibrantes e traço simbólico Escritório de Arte.

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