Governos anteriores deixam como herança déficit de R$ 5,731 bilhões em 2019, projeta Caiado em entrevista à rádio Sagres 730
Governador detalha desastres financeiros provocados pelas gestões de Marconi Perillo e José Eliton. Segundo ele, medidas estão sendo adotadas para reverter descalabro fiscal. “O governante não pode usar a máquina pública para projetos pessoais e eleitoreiros”, afirma
“Os últimos governos desrespeitaram a Lei de Responsabilidade Fiscal. Informações foram manipuladas e a situação fiscal do Estado acabou deteriorada”, afirmou o governador Ronaldo Caiado na sexta-feira (18/01), aos jornalistas Cileide Alves e Rubens Salomão, ao participar do programa Manhã Sagres, da Rádio 730. Ele fez severas críticas às gestões dos ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton.
“O Tesouro estadual terá uma receita líquida de R$ 18,080 bilhões em 2019 e despesas de R$ 21,585 bilhões”, informou aos ouvintes da Sagres 730. “Se o Estado não comprar nenhum prego neste ano, nem investir nenhum centavo em infraestrutura, ainda assim terá um déficit de R$ 3,505 bilhões”, destacou. “Este valor, somado à folha de dezembro não empenhada, saldo de restos a pagar e cancelamentos de empenhos, elevará o déficit projetado para este ano a R$ 5,731 bilhões”, projetou o governador.
Ao responder questões relacionadas à situação fiscal do Estado, ele criticou as medidas adotadas pelas gestões anteriores à frente da máquina pública. “Não mediram as consequências e deixaram Goiás em uma situação gravíssima”, disse.
Sobre o cenário financeiro deixado pelos governadores Marconi e Eliton, Ronaldo Caiado apontou que o déficit atual, de R$ 3,4 bilhões, é inaceitável. E resumiu como houve no governo passado o mau uso do dinheiro público, com gastos excessivos, sem planejamento, megalomaníacos e visando interesses escusos: “Um governador não pode usar a máquina do Estado para projetos pessoais e eleitoreiros”.
O governador assegurou que medidas estão sendo adotadas para solucionar a grave crise fiscal. Lembrou que, somente com a folha de pagamento, são gastos 82,99% do orçamento. “Estamos fazendo um sério reajuste para que o Estado, de fato, beneficie a população”, observou.
Caiado assegurou, ainda, que está em diálogo permanente com o Governo Federal para amenizar a situação. “Os últimos governos fizeram Goiás extrapolar todos os critérios para entrar no Regime de Recuperação Fiscal, mas entendemos que a União também enfrenta graves dificuldades. Estamos buscando um entendimento”, assinalou.
Questionado sobre a folha salarial de dezembro, que não foi empenhada e paga pelo ex-governador José Eliton, Caiado informou que continua em busca de soluções e diálogo com servidores. “Sempre fui transparente em todas as minhas ações. Como governador, isso não é diferente. A sociedade terá como saber exatamente os recursos que o Estado possui em caixa e, com muito diálogo, vamos definir as prioridades”, assinalou.
De acordo com o governador, o rombo financeiro prejudicou vários setores, um deles o da saúde. Também criticou dificuldades relacionadas ao fornecimento de energia elétrica. “Venderam a Celg e falta energia elétrica em vários pontos de Goiás”, sentenciou.
Desenvolvimento
Ainda na entrevista à Sagres 730, Ronaldo Caiado anunciou que o Governo Federal vai viabilizar a infraestrutura logística das obras da Ferrovia Norte-Sul, ligando Campinorte até Água Boa, no Mato Grosso. Segundo ele, os trabalhos serão concluídos até o fim do seu mandato: “A ferrovia vai promover um salto de desenvolvimento na região. Vai expandir áreas, como agricultura e produção. São regiões com enorme potencial, mas que ainda não contam com a infraestrutura necessária”.