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Governo Lula um cenário economico com risco de repetir a Argentina

Mercado financeiro em alerta enquanto dólar e inflação pressionam governo

Apesar de duas tentativas do Banco Central para conter a disparada do dólar, a moeda norte-americana fechou a semana passada no preocupante patamar de R$ 6. Ainda hoje, o BC prometeu injetar mais US$ 3 bilhões no mercado cambial, mas resta saber se a medida surtirá efeito. Enquanto isso, as projeções de alta para juros e inflação continuam subindo sem trégua. No caso da inflação, os índices estão cada vez mais distantes das metas oficiais. O descontentamento no mercado é palpável: especialistas criticam o pacote fiscal apresentado pelo governo Lula, considerado insuficiente, e alertam que, sem mudanças de rumo, a dívida pública pode sair de controle, assim como a inflação.

Esse cenário levanta uma pergunta inevitável: o Brasil caminha para se tornar uma nova Argentina? Ou, pelo menos, a Argentina de antes da posse de Javier Milei? A resposta entre os especialistas do mercado financeiro é unânime: “Não”. Mas por que, então, o mercado insiste em adotar uma postura tão cética em relação ao governo atual? Pesquisas recentes ajudam a entender o cenário. Segundo um levantamento da Quaest divulgado no início do mês, 90% dos agentes do mercado desaprovam a gestão de Lula.

“Estamos em uma estrada rumo ao abismo”

Um banqueiro, sob condição de anonimato, explicou: “Estamos em uma estrada em direção ao abismo inflacionário, e o motorista acelera sem considerar mudar de trajeto. O País não aguenta mais um governo Lula nessa rota”. A principal preocupação do mercado é a manutenção de uma política fiscal expansionista, que já se mostrou ineficaz no passado. Segundo os analistas, insistir nessa estratégia pode levar ao retorno do pesadelo inflacionário, com consequências severas para a economia brasileira.

Há tempo para corrigir o rumo? Em teoria, sim. No entanto, os sinais emitidos pelo governo até agora não têm sido encorajadores. O pacote fiscal, anunciado como um marco estrutural para os gastos públicos, acabou desidratado e ainda pode ser enfraquecido no Congresso. Em outra frente, as decisões do presidente Lula têm favorecido a ala política do governo, mais interessada em dividendos eleitorais de curto prazo, em detrimento das pautas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A lição de Milei: austeridade e seus custos

Enquanto isso, o nome de Javier Milei, presidente da Argentina, tem ganhado destaque em conversas econômicas. Um ano após sua posse, ele foi elogiado por implementar uma política radical de cortes de gastos e controle do déficit. O resultado? A inflação mensal despencou de 25%, em dezembro de 2023, para 2,7% em outubro passado. Ainda que a economia argentina deva encolher 3,5% este ano, o FMI projeta um crescimento de 5% para 2025.

No entanto, a austeridade também trouxe custos sociais elevados. Hoje, cerca de 50% da população argentina vive em situação de pobreza. Essas consequências evidenciam o lado sombrio de ajustes econômicos radicais, que frequentemente deixam questões sociais em segundo plano.

O Brasil na encruzilhada

Ninguém quer ver o Brasil passar por um cenário tão extremo quanto o argentino. No entanto, os alertas vindos do mercado financeiro indicam que o governo precisa reconsiderar sua rota. As decisões tomadas agora podem determinar se o País conseguirá evitar o “abismo” mencionado ou se caminhará para uma situação ainda mais complicada. O tempo para agir está se esgotando, mas a possibilidade de mudança ainda existe.

GED

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