Política

Goiás é 3º estado com maior participação de mulheres entre deputados federais eleitos

Grupo de 91 deputadas terá nomes fortes do bolsonarismo, estreia de transexuais e derrota no centrão

Quatro estados não elegeram nenhuma mulher para representá-los na Câmara: Alagoas, Tocantins, Paraíba e Amazonas, este último em contagem preliminar. O Distrito Federal, uma das bancadas majoritariamente femininas da Câmara atual, também encolherá drasticamente em 2023, passando de cinco para duas mulheres de um total de oito deputados.

Já Acre e Amapá são os estados que proporcionalmente elegeram o maior percentual de mulheres, com 37,5% do total. O terceiro lugar fica com Goiás, onde as seis eleitas são 35,3% da bancada.

Apesar dos novos incentivos a candidaturas femininas nas eleições de 2022, a bancada feminina no Congresso cresceu menos do que em 2018. Em 2023, o número de mulheres na Câmara passará de 77 para pelo menos 91. Até o momento, o estado do Amazonas é o único que ainda não terminou a apuração dos votos.

No Senado, quatro mulheres foram eleitas: as ex-ministras do presidente Jair Bolsonaro (PL), Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PP-MS), a deputada estadual Teresa Leitão (PT-PE) e a ex-deputada federal Professora Dorinha (União-TO).

Nesta eleição, estavam em disputa 27 vagas para o Senado, o equivalente a um terço da Casa. Cada estado elegeu um representante. Em 2018, foram duas vagas em disputa.

A bancada final da Casa em 2023 contara com 12 senadoras, ou 14,8% do total. O número pode ser ainda menor, já que há hoje mulheres que ocupam o cargo como suplentes –caso de Eliane Nogueira (PP-PI), mãe do atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI).

Se na eleição passada o salto foi de 26%, indo de 51 para 77 parlamentares, neste ano houve um incremento de 18%, considerado frustrante por especialistas. Assim, a bancada feminina chega próximo a 18%, número distante da paridade de gênero, considerando que as brasileiras são 52% da população do país.

A pesquisadora Débora Thomé, especialista em representatividade feminina e uma das responsáveis pela pesquisa +Representatividade, do Instituto Update, afirmou que o resultado era esperado.

“Enfatizamos ao longo deste ano que, enquanto os partidos não apoiarem de forma mais intensa candidaturas femininas, esse cenário irá se manter. Vale tanto para conservadoras quanto para progressistas. É preciso mudar as regras”, disse.

Essas mulheres representaram o pequeno grupo de representantes, que são as mulheres que possuem uma grande referência nas urnas eleitorais e que precisam de uma voz para as causas femininas.

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