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Globo questiona Ibope e propõe nova forma de medir audiência

Da Redação
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A maior emissora do país está iniciando um movimento para aposentar o tradicional modelo de medição de audiência baseado em pontos. Pela primeira vez, a Globo fez críticas públicas à Kantar Ibope, empresa responsável por aferir a audiência da televisão brasileira, e apontou falhas no sistema atual.
O questionamento ganhou força após uma sequência de quedas nos índices oficiais da emissora, que em dezembro de 2024 registrou a pior média mensal de sua história na Grande São Paulo: 9,9 pontos. Segundo a Globo, o modelo de medição não reflete mais o comportamento real do público.
Atualmente, o Ibope baseia seus dados em 6.310 domicílios espalhados por 15 regiões metropolitanas, o que representa uma projeção para cerca de 69 milhões de pessoas — um terço da população. O problema, segundo a emissora, é que o sistema não contabiliza o consumo de conteúdo fora de casa, nem o público que assiste novelas, telejornais e realities por meio de streamings, YouTube, TikTok e outras plataformas digitais.
“A medição é insuficiente”, afirmou o diretor-executivo da Globo, Amauri Soares, em recente declaração.Segundo ele, a novela das nove chega a ser assistida por 30 milhões de pessoas por noite, mas isso não aparece nos números divulgados.
A crítica da Globo não mira apenas o Ibope, mas também o modelo de mercado baseado em “pontos” de audiência — um sistema que, por décadas, foi o principal termômetro do sucesso de um programa.
Agora, com a fragmentação do consumo e o crescimento das mídias digitais, a emissora propõe medir em números absolutos de espectadores, para dar mais clareza sobre o alcance real de seus produtos.
A discussão reacende um tema que há anos ronda o setor: qual é, de fato, a audiência da TV brasileira hoje?Em um cenário de mudanças rápidas e múltiplas telas, a resposta pode exigir muito mais do que apenas um controle remoto.

GED

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