Polícia

Filhos e afilhado são presos por planejarem morte de fazendeiro bilionário em Goiás

Crime teria sido motivado por disputa de herança; Jefferson Cury, de 83 anos, foi assassinado após anunciar mudança no testamento

Por Ana Lucia
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A Polícia Civil de Goiás prendeu seis pessoas, entre elas dois filhos e um afilhado do fazendeiro Jefferson Cury, de 83 anos, assassinato ocorrido em Quirinópolis, no sudoeste goiano. Segundo as investigações, o crime foi motivado por uma disputa envolvendo uma herança bilionária, que gerou tensão familiar após a morte da esposa do fazendeiro, em 2016.

De acordo com o delegado Adelson Candeo, do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), os filhos Fernando Alves Cury e Eduardo Alves Cury foram apontados como mandantes do crime. Cada um havia recebido cerca de R$ 170 milhões da herança da mãe, mas ainda pressionava o pai por mais dinheiro. “Eles tratavam o pai com ódio e desprezo, exigindo recursos constantemente. Não demonstravam qualquer preocupação com o bem-estar dele”, afirmou o delegado.

Jefferson, conhecido por levar uma vida simples e sem ostentação, vivia em sua fazenda na zona rural de Quirinópolis. Na noite de 28 de novembro de 2023, dois homens invadiram a propriedade e atiraram contra o fazendeiro e seu advogado. Cury morreu no local, enquanto o advogado, de 41 anos, sobreviveu, mas ficou com sequelas graves após ser atingido na cabeça e na mão.

As prisões ocorreram em Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Fernando foi detido em Barretos (SP), onde a polícia apreendeu três armas de fogo do mesmo calibre usado no assassinato. Eduardo foi encontrado em Coxim (MS), durante uma pescaria. Além deles, o afilhado da vítima, os pais dele e um corretor de imóveis estão entre os envolvidos — seus nomes permanecem sob sigilo.

O delegado explicou que o crime foi planejado depois que Jefferson anunciou intenção de alterar seu testamento, transferindo todo o patrimônio para uma holding familiar. A mudança retiraria os filhos da linha direta de herdeiros, o que teria motivado o plano de execução. “Foi um crime de ganância e frieza, arquitetado por pessoas próximas e movido pela disputa por dinheiro”, resumiu Candeo.

As defesas dos filhos ainda não foram localizadas. O caso segue em investigação.

GED

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