Exportadoras afetadas por tarifaço de Trump terão acesso a R$ 40 bilhões em crédito subsidiado

Por Ana Lucia
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O plano, batizado de Brasil Soberano, tem como objetivo reduzir os impactos das barreiras comerciais americanas, que atingem cerca de 36% das exportações brasileiras para os EUA. Do montante total, R$ 30 bilhões virão do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões do próprio BNDES.
Os recursos poderão ser usados para capital de giro — como pagamento de salários e fornecedores —, compra de máquinas, adaptação da produção e busca de novos mercados. O crédito, no entanto, é condicionado à manutenção de empregos, segundo destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “O BNDES vai socorrer todas as empresas, e a contrapartida é manter os empregos para que a economia siga crescendo”, afirmou.
Podem acessar os recursos do FGE empresas de todos os portes que comprovem, entre julho de 2024 e julho de 2025, que ao menos 5% do faturamento bruto foi composto por produtos incluídos na lista de tarifação. Já os R$ 10 bilhões do BNDES estarão disponíveis a qualquer exportadora afetada, independentemente do impacto percentual no faturamento.
O apoio se inspira em medidas emergenciais adotadas em 2024, quando o banco destinou R$ 29 bilhões para ajudar empresas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
A decisão ocorre em um cenário de queda expressiva das exportações afetadas. Segundo a Amcham Brasil, o volume exportado desses produtos caiu 22,4% em agosto em relação ao mesmo mês do ano anterior.
📍 Entenda como funciona o plano Brasil Soberano:
- Recursos totais: R$ 40 bilhões (R$ 30 bi FGE + R$ 10 bi BNDES).
- Finalidade: capital de giro, investimentos, adaptação produtiva e novos mercados.
- Critério principal: manutenção de empregos pelas empresas beneficiadas.
- Quem pode acessar:
- FGE: empresas com pelo menos 5% do faturamento afetado.
- BNDES: qualquer empresa impactada.
- Consulta de elegibilidade: site do BNDES, via GOV.BR com certificado digital.
- Próximos passos: procurar banco parceiro ou o próprio BNDES.