Política

Ex-assessor do prefeito de Anápolis estão entre os alvos da Operação Daia

Suspeitos de pedir vantagem indevida à favor de interesses da empresa Aurora da Amazônia, os dois sofreram busca e apreensão e tiveram os sigilos bancários quebrados

Segundo matéria veiculado no jornal da Capital, o Alessandro Di Carlo, ex-assessor do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), é apontado como uma das pessoas que pediu propina à Aurora da Amazônia Terminais e Serviços LTDA.  A empresa, que tentou atuar no porto seco da cidade, é alvo da Operação Daia, da Polícia Federal, por suspeita de ter pagado propina a servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Segundo investigação da Polícia Federal, o  ex-assessor do prefeito teria pedido R$ 300 mil à empresa para ajudar a regularizar a situação do terreno oferecido pela Aurora na licitação, que tinha o objetivo de contratar uma empresa para administrar o porto seco de Anápolis.

Di Carlo, junto com André Chiareloto, filho do então presidente da Agência Goiana de Regulação, Ridoval Chiareloto, teriam promovido uma reunião com o prefeito, o vice, Márcio Cândido (PP), e representantes da empresa.

A história foi contada em delação premiada do empresário Kauhê de Favre, proprietário da Analog Logística Integrada Eirelli, que participou da sociedade com a Aurora na época da licitação do porto seco. Ele relata que sinalizou, an reunião, a existência de irregularidades nos relatórios produzidos pela Comissão Ambiental do Município de Anápolis, em relação ao terreno.

A questão é que para participar da licitação, a empresa deveria oferecer um terreno para a construção do porto seco que fosse pertencente ou adjacente ao Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), como recomendado em lei. Mas uma perícia realizada pelo Núcleo Gestor de Planejamento e Plano Diretor concluiu que a área não era sequer adjacente ao distrito.

O argumento dos empresários, porém, era de que houve irregularidades na análise e que não teriam tido tempo para se manifestar.

A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de valores nas contas dos investigados, além do afastamento de servidores públicos do Dnit de suas funções. Um dos alvos é o diretor de Infraestrutura Ferroviária, Marcelo Almeida Pinheiro Chagas, que foi afastado do cargo.

Reação

O prefeito, então, respondeu que desconhecia a situação e recomendou que o grupo procurasse a procuradoria do município. Depois disso, o assessor Alessandro Di Carlo e André Chiareloto voltaram a entrar em contato com os empresários pedindo a propina de R$ 300 mil em nome do prefeito e do vereador Jackson Charles (PSB). A investigação, porém, não encontrou indícios de participação nem do parlamentar nem de Roberto Naves. Nenhum dos dois, portanto, chegou a ser alvo da apuração. Para o denunciante, havia interesse pessoal dos intermediadores no dinheiro solicitado.

A assessoria do prefeito Roberto Naves destacou o fato do pepista não ser alvo da investigação e respondeu que Alessandro foi exonerado da Prefeitura ainda em dezembro de 2019.

O vice-prefeito, Márcio Cândido, que também não é investigado, disse que o único contato que teve com os empresários foi durante a tal reunião e que nunca mais os viu. O vereador Jackson Charles também frisou o fato de não ser alvo da investigação. “Ficou claro que em momento algum tínhamos conhecimento e muito menos participação em tratativas. Isto nos fortalece a continuar conduzindo nossa vida pública palmada na honestidade e respeito ao dinheiro público”, respondeu.

Alessandro Di Carlo disse que prestou depoimento à polícia e que a versão contada pelo delator é fantasiosa. “Essa mentira não prevalece e isso vai ficar provado”. André Chiareloto disse que se limitaria a dizer que já prestou todos os esclarecimentos à polícia. Os dois últimos foram alvos da operação deflagrada hoje.

Apesar de constarem na lista dos representados, no inquérito acessado pela imprensa, a Aurora disse em nota que não é alvo da operação e, portanto, não teria o que esclarecer.

O Jornal Goiás em Destaque tentou contato com André e Ridoval Chiareloto, mas até o fechamento da publicação não obteve sucesso, O mesmo com Alessandro Di Carlo. O espaço segue aberto para que possam expor seus posicionamentos em relação a operação.

 

 

 

 

Fonte: O Popular

GED

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo