Política

Estamos construindo um novo INSS, diz ministro após escândalo bilionário

Da Redação
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O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), afirmou que o governo federal está empenhado em reconstruir o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após o escândalo que revelou um desvio bilionário em descontos ilegais feitos a aposentados e pensionistas. A denúncia, descoberta há cerca de dois meses, apontou um rombo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, envolvendo 41 entidades que realizavam descontos diretamente na folha de pagamento dos beneficiários.
Em entrevista ao programa Amarelas On Air, Queiroz explicou que, ao assumir a pasta no lugar de Carlos Lupi, recebeu do presidente Lula três missões claras: identificar e punir os responsáveis pelas fraudes, garantir o atendimento e proteção dos aposentados e assegurar que nenhum beneficiário fosse prejudicado financeiramente. Segundo o ministro, “fomos nós que descobrimos, investigamos e acabamos com os descontos ilegais, e foi o governo do presidente Lula que devolveu o dinheiro ao bolso dos aposentados”.
O ministro ressaltou que o governo está construindo um novo modelo de Previdência Social, com uma governança mais moderna e rigorosa para impedir que fraudes semelhantes voltem a ocorrer. Entre as medidas previstas para restabelecer a vinculação dos pagamentos às associações idôneas estão critérios rigorosos, como a revalidação anual do contrato pelo aposentado, uso de biometria e fiscalização do INSS sobre os serviços prestados.
Queiroz destacou que a investigação revelou que o problema se agravou durante o governo do ex-presidente Bolsonaro, quando “os alarmes foram desligados” e as informações não chegaram à pasta. “As associações fraudulentas, criadas para fraudar, sem funcionários, patrimônio ou serviços, se estabeleceram principalmente entre 2019 e 2022. Foi ali que o ladrão entrou na casa e os alarmes foram desativados”, afirmou o ministro.
No último dia 11, o governo iniciou acordos com aposentados e pensionistas para ressarcimento dos valores desviados. Podem aderir ao plano aqueles que contestaram os descontos e não tiveram suas reivindicações atendidas pelas entidades.
Além do combate às fraudes, Wolney Queiroz comentou a relação entre a fila de espera do INSS e a capacidade fiscal do governo, prometendo zerar essa fila e melhorar a estrutura de atendimento. Entre as ações previstas está a nomeação de novos peritos para agilizar os processos. O ministro também falou sobre a relação do governo com o PDT e a iminente Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará o INSS.

GED

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