“Essa eleição mostrou que ninguém aguenta mais conviver com extremismos”, afirma Caiado
Governador frisa movimento do eleitor com preferência por candidatos com capacidade para responder demandas sociais, acima de ideologias; para ele, direita precisa agir com estratégia
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) ressaltou que o resultado das eleições municipais deu indicativos da rejeição popular diante de condutas extremistas. “O eleitor nos educa. Essa eleição é didática e mostrou que ninguém aguenta mais conviver com extremismos de lado algum”, ressaltou durante entrevista ao UOL News 1ª Edição, nesta segunda-feira (28/10). “É preciso acabar com esse nível de radicalização. O cidadão quer ver resultado”, sublinhou.
Na conversa com a apresentadora Fabíola Cidral e com os colunistas Josias de Souza e Tales Faria, o governador reiterou sua experiência de décadas disputando contra a esquerda, um trabalho que mencionou ter como base o diálogo e respeito. “Eu converso, sei respeitar o pensamento de cada um. Sou um democrata na essência e um homem que tem ideias”, defendeu, ao dizer que os erros fazem parte do aprendizado. “A gente tem de aprender que na vida a gente erra. Não se deve querer inventar liderança nos estados”, afirmou ao ser contundente com o que considerou ser o maior erro cometido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições municipais.
O governador já anunciou seu nome para a disputa presidencial de 2026. Vencedor em 90% das disputas municipais em Goiás, Caiado emplacou vitória de Sandro Mabel (União Brasil), na capital, e de Leandro Vilela (MDB), em Aparecida de Goiânia. Ambos ficaram à frente dos candidatos do PL, apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. “Mostrei que sei ganhar eleições, diferente dele”, comparou ao relatar que Bolsonaro não respeitou as lideranças regionais e “não soube cumprir sua missão nos estados”. O PL amargou derrotas em sete das nove capitais em que disputou o segundo turno.
Caiado defendeu que as lideranças da direita devem entender o recado das urnas. “Quem repetir os erros não será competitivo”, destacou. “É necessário levar o processo com respeito à população e não querer impor o que ela precisa pensar”, reforçou. Caiado pontuou ainda que os resultados em 2024 mostraram exaustão do radicalismo e serão balizadores para o processo em 2026, quando haverá a disputa presidencial.
Presidente do União Brasil em Goiás, Caiado defendeu ainda um trabalho efetivo da direita para alcançar as demandas sociais e chamou a atenção para a consolidação de bases e articulação política. “Sei fazer política com inteligência e qualidade. Bolsonaro precisa acordar”, declarou ao pontuar que, nas eleições em Goiânia, buscou um nome que não integrava seu grupo político e emplacou a vitória junto a um eleitorado que não elegia um prefeito apoiado pelo governador desde 1988.