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Enriquecimento alimentar melhora qualidade de vida dos macacos do Parque Areião

Esconder os alimentos nas copas das árvores e no meio da mata está entre as ações que visam estimular o instinto de caça dos macacos-pregos de vida livre da área verde

Os macacos-prego de vida livre do Parque Areião, localizado na divisa dos setores Pedro Ludovico, Marista e Sul, têm recebido uma atenção especial por parte dos técnicos da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) neste período em que os moradores cumprem isolamento social, em virtude das medidas para evitar a proliferação do coronavírus na capital. Trata-se do enriquecimento alimentar desenvolvido pela Gerência de Proteção e Manejo de Fauna e Flora (GERPMF) do órgão ambiental do município.

A ação, como explica o responsável pela GERPMF da Amma, Cáritha Faria Marques, consiste em levar bem-estar aos mais de 40 primatas do parque.  Acostumados, erroneamente, a receber alimentos de forma fácil pelos frequentadores da unidade de conservação, os macacos passaram a sair da mata em busca de alimentação. “Isso pode causar alguns transtornos, uma vez que o péssimo hábito de dar alimentos aos macacos faz com que o comportamento natural de busca dos alimentos dentro da mata seja alterado”, informa.

Conforme a gerente, os macacos-prego não passam fome e tudo que eles precisam é encontrado no interior da mata. “Ovos de aves, frutas, vertebrados de pequeno porte, sementes, ramos, brotos e insetos fazem parte dos alimentos que a natureza oferece aos primatas de vida livre”. Por isso, Cáritha lembra ainda que oferecer certos alimentos contribui para os hábitos e comportamentos diferentes deles. “Os industrializados, por exemplo, não contribuem com a sobrevivência e conservação desses primatas, pois podem causar doenças, como diabetes, colesterol, herpes, cáries, e até levá-los à morte”, salienta.

“Devemos ressaltar também que quando as pessoas alimentam os animais, eles deixam de exercer o seu papel ecológico na natureza que é, por exemplo, a dispersão de sementes dos frutos que comem pelo parque. A atitude faz com que não haja o controle da população de alguns animais, sobretudo dos insetos”, alerta a gerente da Amma, acrescentando  ainda que a vida na natureza é cheia de imprevistos e desafios.

“O animal também se depara com um ambiente em constante mudança, e devido a essa pandemia, que veio de surpresa para todos nós, os primatas também sofreram com a falta das pessoas. Por isso, esse trabalho que estamos realizando tem também como objetivo voltar os macacos para o interior da mata, onde estão os alimentos naturais, que são riquíssimos em vitaminas, minerais e proteínas necessárias para o funcionamento biológico dos animais”, completa.

Para que esse trabalho tenha sucesso, a gerente Cáritha explica como o enriquecimento alimentar é realizado. “Essa atividade consiste no estímulo do comportamento de procura dos  alimentos e visa aplicar nesses animais algumas práticas naturais, por isso os alimentos são escondidos nas copas das árvores, entre as raízes e troncos, debaixo de pedras e na vegetação. Isso faz com que os primatas possam restabelecer novamente o instinto de caça,  prevenindo ainda brigas entre os macacos, além de aguçar a prática de exercícios e comportamentos naturais”, pontua.

A responsável pela sublinha ainda que quando se concluir o período de isolamento social e tudo voltar ao normal é necessário que os frequentadores do Parque Areião deixem de alimentar os macacos-prego. “É importante que todos reconheçam que esses animais são de vida livre e que a única interação humana deve ser meramente contemplativa e nada mais que isso”, alerta.  Fonte: Mauro Júnio, da Diretoria de Jornalismo

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