Polícia

Enfermeira denuncia racismo em Aparecida e diarista é indiciada

Por Ana Lucia
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No dia a dia, a relação entre quem contrata e quem presta serviço costuma ser marcada pela confiança. Mas, em Aparecida de Goiânia, um episódio rompeu essa lógica e virou caso de polícia. A enfermeira Luciana Ponciano relatou ter sido vítima de racismo por parte da diarista Sthefany Sibele França Rayzer, de 36 anos, após reclamar da faxina realizada em seu apartamento.
O caso aconteceu no dia 9 de agosto. Segundo Luciana, após apontar falhas na limpeza, recebeu mensagens de texto em que a diarista a chamava de “chata porque é de cor” e “cabelo de Bombril”. Em prints divulgados, Sthefany chega a admitir preconceito, dizendo: “A sua raça é isso aí, não se espera mais nada”.
As ofensas não pararam por aí. Mesmo após a primeira denúncia, a enfermeira contou que voltou a receber mensagens debochadas e novos insultos racistas dias depois. Em um dos trechos, a diarista escreveu: “Foi lá passar essa vergonha. Um monte de gente rindo dessa sua cara”.
Diante das provas, a Polícia Civil indiciou Sthefany por injúria racial. O delegado Joaquim Adorno, responsável pelo inquérito, destacou que a profissional será responsabilizada duas vezes pelo mesmo crime, já que houve reincidência. “A pena base da injúria racial é de dois a cinco anos.
Como ela praticou o crime em dois momentos distintos, pode ser condenada pelas duas condutas, chegando a até 10 anos de prisão”, afirmou.
O processo de indiciamento foi publicado no sistema público do Tribunal de Justiça de Goiás na última quarta-feira (20). Em depoimento, a diarista confessou ter enviado as mensagens, mas, procurada pela imprensa, preferiu não se pronunciar.
Casos de racismo têm crescido em Goiás. De acordo com o Anuário de Segurança, o estado registrou o maior aumento proporcional do país, com os números mais que triplicando nos últimos anos. Especialistas alertam que muitos episódios ainda não chegam às estatísticas, seja por medo, seja por descrédito nas punições.

🚨 Atenção Racismo é crime

“Racismo é crime desde 1989, mas sua aplicação ainda enfrenta barreiras. A sociedade precisa compreender a gravidade dessas atitudes”, explicou Michael Félix, presidente do Conselho de Direitos Humanos e Igualdade Racial em Goiás.

GED

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