Educação: a arma contra a corrupção
Há estratégias para moldar o caráter do filho. Igreja e escola também podem contribuir, mas é a família que tem a principal chave para esse processo
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A maneira correta de educar os filhos sempre foi alvo de discussão. É uma tática que se torna desafio para os pais, afinal, as crianças não nascem com uma bula informando como deve ser o tratamento para crescer boas, dignas, éticas, estudiosas, entre outras qualidades que sempre se deseja.
Em tempos de corrupção exacerbada, então, esse é um assunto que não sai das redes sociais e das rodas de conversa: “brasileiro é corrupto por natureza, porque fura fila, não devolve troco errado, não levanta no ônibus para o idoso se sentar, não faz isso, não faz aquilo”.
Mas há receita para ensinar as novas gerações a não praticar essas “pequenas” falhas e a não ser “corruptas” desde a infância? Existe fórmula para evitar a decepção de ver um adulto criado com todos os cuidados se tornar um mau exemplo? Além da família, qual o papel da escola e da igreja na formação do caráter de alguém?
Alguns especialistas acreditam que o livre arbítrio leva o indivíduo a se tornar bom ou mau, mas há outros que têm opinião diferente e afirmam que os pais, sendo orientados de maneira correta sobre como educar, nos princípios bíblicos, com relacionamento franco, correção dos desvios de comportamento e na dualidade das ações e suas consequências, têm chances de criar filhos com boa índole.
“Os pais precisam treinar seus filhos a obedecer aos princípios e aos valores que conduzem a uma vida virtuosa, livre das tendências pecaminosas da carne. Esse treinamento começa nos primeiros anos de vida, em que é ministrado o ensino e são aplicadas técnicas de fixação no dia a dia. Na primeira e na segunda infância, os pais precisarão se utilizar de muitas práticas restritivas para que os infantes vençam suas inclinações egoístas e consigam obedecer àquilo que os adultos instruíram. Não bastam o ensino ou o exemplo.
Nossos pequenos, ainda que entendam o que é bom e virtuoso – aquilo que agrada a Deus –, carregam dentro de si a semente da corrupção da carne, como todos nós. A melhor herança que os pais podem dar aos filhos é um coração treinado, não somente no conhecimento da ética divina, mas dotado de autocontrole suficiente para obedecer aos princípios da Palavra de Deus, ainda que sintam as tentações típicas da carne.
Um coração treinado na ética divina estará pronto para vencer na vida e conquistar tudo o que Deus disponibilizou para os que O amam e guardam os Seus mandamentos”, explica Amoque Araújo, que é treinador de líderes do Growing Families International, da Universidade da Família.
Filho de peixe
A professora Valéria Luz Leite, membro da Igreja Cristã Maranata, e seu marido, Adenes Leite, costumam tratar assim os filhos, André (21) e Daniela (17). Desde pequenos, ela sempre orou muito para que Deus desse a direção para orientá-los de maneira coerente com a Palavra e para que fossem cidadãos exemplares.
“Vamos lutando todos os dias, tentando fazer a coisa certa, pagando um preço usando os recursos da graça. Filho de peixe não é peixe como tanto falam no ditado popular. Então, precisamos pedir a Deus que nossos filhos tenham experiência com Ele, ensinando o caminho, testemunhando. E como homens nós falhamos, e eles percebem quando isso acontece. Nesses casos, não adianta esconder, é preciso se redimir e confessar a eles que falhamos, pedir desculpa se necessário. O relacionamento franco faz muita diferença”, comenta.
A importância de uma educação não se dão somente no âmbito do intelecto, dentro do colégio, aprendendo para ter uma profissão, mas também se faz presente no nível de formação e correção de condutas. E qual seria o papel da escola e da igreja nesse processo?
“A família e o lar, representados por papai, mamãe e irmãos, é o laboratório ideal para o desenvolvimento do caráter. Ao expandir seu círculo social com a entrada na escola, esta se torna o ambiente em que os princípios e valores aprendidos em casa devem ser reforçados – pelo menos era para ser assim.
As outras crianças passam a interagir com nosso infante e serão essas pessoas que darão oportunidade para este praticar com mais intensidade o que aprendeu no pequeno laboratório da família, em nível moral e ético.
“Quanto à igreja, ela complementa os ensinos da Palavra de Deus recebidos em casa, aprofundando-os, para fins de crescimento espiritual e de serviço no Reino de Deus”, salientou Amoque Araújo.