Economia & Negócios

Economia brasileira desacelera no 2º trimestre de 2025: juros altos e queda no consumo explicam o freio

Por Ana Lucia
[email protected]

A economia brasileira cresceu 0,5% no segundo trimestre de 2025, segundo o Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). Embora o número seja positivo, ele representa uma desaceleração significativa em relação ao primeiro trimestre, quando o avanço foi de 1,3%1
O dado reforça uma tendência de perda de fôlego da atividade econômica, pressionada por juros elevados e menor dinamismo da agropecuária. O crescimento de 0,5% no trimestre pode parecer um sinal de resiliência, mas esconde fragilidades estruturais. A indústria, por exemplo, só cresceu graças à atividade extrativa, enquanto outros segmentos seguem estagnados1
Já os serviços mantêm expansão, mas sem força suficiente para compensar a retração de outros setores.
A ausência do impulso agropecuário — que foi protagonista no início do ano — somada ao impacto defasado da taxa Selic em 15% ao ano, desenha um cenário de alerta. O crédito encareceu, os investimentos minguaram e o consumo das famílias perdeu ritmo: caiu de 3,7% no fim de 2024 para apenas 1,5% no segundo trimestre de 20251
Esse comportamento é típico de uma economia em transição: ainda em crescimento, mas com sinais claros de esgotamento.
A política monetária restritiva, embora necessária para conter a inflação, cobra seu preço em forma de menor atividade, menos emprego e renda estagnada.
O Brasil segue crescendo, mas com o pé no freio. Se os juros não recuarem e os estímulos à produção não forem retomados, o país pode entrar em um ciclo de crescimento medíocre — longe do potencial que poderia alcançar. A pergunta que fica é: até quando o Banco Central manterá a Selic no patamar mais alto desde 2006?

@AnaLucia

GED

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo