Disputa pelas comissões na Câmara dos Deputados promete acirrar ainda mais a tensão política
Da Redação
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Logo após o recesso de Carnaval, os deputados federais entrarão em uma intensa disputa pela formação das comissões na Câmara dos Deputados. A mais cobiçada delas, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), ficará sob a responsabilidade do União Brasil ou do MDB, conforme acordo entre os parlamentares, já que esses dois partidos possuem a terceira e quinta maior bancada da Casa, respectivamente.
As outras comissões mais almejadas, como a de Saúde, Educação e Fiscalização Financeira e Controle, estarão em disputa entre o PL e o PT, os partidos com maior número de parlamentares. O PT já declarou interesse pela presidência da Comissão de Saúde, mas o PL, que também deseja o comando da comissão, pode ficar com a pasta, o que levaria o PT a concentrar seus esforços em outras comissões como Educação ou Fiscalização Financeira e Controle. Atualmente, o PT preside as comissões de Saúde e de Fiscalização Financeira e Controle, com os deputados Dr. Francisco (PT-PI) e Joseildo Ramos (PT-BA), respectivamente, à frente. Já a Comissão de Educação é presidida pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos mais críticos do governo.
Além das disputas internas, a articulação do PL também se estende à Comissão de Relações Exteriores. Um dos nomes favoritos para a presidência dessa comissão é o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, desde os Estados Unidos, tem se articulado com congressistas alinhados ao ex-presidente Donald Trump.
A presença de Eduardo Bolsonaro nesse cenário gerou tensões com a bancada do PT, que o acusou de pressionar o governo americano para aplicar sanções contra autoridades brasileiras. Em resposta, o líder da bancada petista, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia para apreender o passaporte de Eduardo Bolsonaro, o que aumentou a polarização entre os parlamentares e intensificou a disputa pela Comissão de Relações Exteriores. O desenrolar dessas disputas promete acirrar ainda mais a tensão política na Câmara dos Deputados, com partidos tentando consolidar seu poder nas comissões-chave para influenciar as pautas legislativas e seus próprios interesses políticos.
