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Déficit primário do governo central atinge R$ 59,1 bilhões, segundo pior da história

As contas do governo central registraram um déficit primário de R$ 59,1 bilhões em julho, o segundo maior da série histórica iniciada em 1997, atrás apenas de 2020, ano da pandemia. O resultado reflete o avanço expressivo das despesas em comparação ao crescimento tímido das receitas líquidas.
O aumento do déficit foi puxado pelo crescimento das despesas, que somaram R$ 260 bilhões, alta de 28,3% no período. Em contrapartida, a receita líquida avançou apenas 3,9%, mesmo com o impulso de pagamentos extraordinários de instituições financeiras no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.
No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit primário chega a R$ 34 bilhões, equivalente a 0,3% do PIB. Entre janeiro e julho, o rombo atingiu R$ 70,3 bilhões, ligeiramente melhor que no mesmo período de 2024, quando o saldo negativo havia sido de R$ 76 bilhões.
Apesar da queda do desemprego e da arrecadação em alta, a situação fiscal continua preocupante. Especialistas alertam que, sem ajuste de gastos, a dívida pública tende a crescer mais rapidamente que o PIB, aumentando o risco de desequilíbrios econômicos e pressões sobre os cofres públicos.
O cenário reforça a necessidade de medidas de contenção de despesas, seja por meio de cortes, reformas estruturais ou gestão mais eficiente dos recursos públicos. A combinação de alto gasto e crescimento limitado da arrecadação evidencia que o governo precisa equilibrar contas para preservar a sustentabilidade fiscal e a confiança do mercado.
Analistas também apontam que o resultado de julho evidencia vulnerabilidades do orçamento em momentos de aumento de despesas, mostrando que a estabilidade fiscal depende não apenas de bons resultados de arrecadação, mas principalmente de controle rigoroso dos gastos públicos.

GED

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