Defesa de Jair Bolsonaro Confirma Minuta de Pedido de Asilo à Argentina, mas Afirma que Ex-Presidente Rejeitou a Ideia

Carta com pedido de asilo foi encontrada no celular de Bolsonaro; advogado diz que fuga nunca foi uma opção e que ex-presidente participou de atos do processo no STF
Por Ana Lucia
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio do advogado Paulo da Cunha Bueno, confirmou que Bolsonaro recebeu uma sugestão para pedir asilo político na Argentina, sendo até enviada uma minuta do pedido ao ex-presidente. Contudo, segundo o advogado, Bolsonaro rejeitou a proposta e nunca considerou a fuga uma opção.
“A minuta chegou a ser enviada a ele, como mostrou a Polícia Federal, mas Bolsonaro não aderiu. Essa proposta ocorreu há mais de um ano e meio, e ele rechaçou”, afirmou Paulo da Cunha Bueno. Ele ressaltou que Bolsonaro permaneceu no Brasil e participou de todos os atos relacionados ao processo contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive daqueles para os quais não foi convocado. A investigação da Polícia Federal encontrou no celular de Jair Bolsonaro uma carta formal de pedido de asilo ao presidente da Argentina, Javier Milei.

De acordo com o relatório policial, o documento foi produzido pela esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e salvo no aparelho do ex-presidente no dia 10 de fevereiro de 2024, dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, autorizada pelo STF. O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito da chamada trama golpista, determinou que a defesa de Bolsonaro apresente uma explicação sobre o documento no prazo de 48 horas. Além disso, o ministro ressaltou que o relatório da Polícia Federal aponta que Bolsonaro descumpriu diversas vezes as medidas cautelares impostas pelo STF. A PF verificou intensa atividade de Bolsonaro na produção e divulgação de mensagens em redes sociais, em afronta às restrições legais. O caso integra o amplo processo que investiga os atos do ex-presidente e de seus aliados na suposta tentativa de obstruir a investigação judicial e de desestabilizar o Estado democrático de Direito no Brasil.
@AnaLucia