Daniel: “Goiás não pode tirar o Rei Mandão e colocar o Coronel Beija-mão”
Em debate, Ronaldo Caiado diz que José Eliton beijava sua mão no passado recente e admite a ligação estreita com Marconi Perillo e o atual governador. Para Daniel Vilela, declaração derruba máscara e ainda expõe faceta atrasada que candidato do DEM tentava esconder.
“Não podemos tirar o Rei Mandão e colocar o Coronel Beija-Mão. Precisamos avançar com uma gestão moderna”, afirmou Daniel, fazendo referência ao personagem Rei Mandão, que caracterizava o então governador Marconi Perillo na eleição de 2014. Foi também a primeira vez desde o início da campanha que Caiado admitiu publicamente que indicou Eliton para a vice de Marconi, quando apoiou a eleição do tucano, seu aliado desde 1998 e com quem rompeu em 2014, quando não conseguiu viabilizar na base aliada uma candidatura ao Senado e teve que procurar o apoio do MDB.
Ao rebater o discurso do governador José Eliton de que Goiás é uma referência positiva nas mais diversas áreas, Daniel também apontou as similaridades entre Caiado e seus ex-aliados Eliton e Marconi. “Esse não é o Estado que os goianos vivem. É um governo diferente da realidade. E o pior de tudo é a gente ainda imaginar que o Estado pode voltar para as mãos de alguém que ainda exige dos seus aliados beijar a mão. Achei que isso já não existia mais na política do nosso Estado”, afirmou Daniel. “Nós precisamos acabar com essa política personalista, fazer com que Goiás seja governado com foco numa gestão eficiente, planejada, que ofereça serviços públicos de qualidade
Questionado sobre projetos, Caiado fugiu de apresentar propostas e disse que o papel do líder é restrito a formar equipe e incentivar os servidores para executar políticas públicas. Falou até em ser possuidor de um “gene da generosidade” inerente aos líderes, segundo suas palavras. “É impressionante. Caiado não apresenta uma proposta sequer. Só discurso. Agora virou até generoso. A política de generosidade dele deve ser colocar uma cadeira na frente do Palácio das Esmeraldas e a população ter que ir lá beijar a mão dele para ter acesso aos benefícios e serviços do Estado”, rebateu Daniel.
O candidato do MDB também questionou a postura dúbia de Caiado no Congresso Nacional, onde fala que é oposição ao governo Temer, mas é o parlamentar goiano que mais votou alinhado com o Palácio do Planalto, segundo o site Atlas Político, além de manter relação estreita com ministros ligados ao seu partido. O mesmo, segundo Daniel, ocorre em Goiás, já que agora Caiado critica o grupo político no qual esteve por 16 anos.
Propostas
Questionado pelo candidato Wesley Garcia sobre qual seria sua política para a Celg, Daniel disse que é preciso garantir segurança jurídica para os contratos com a iniciativa privada, mas que o Estado tem o dever de cobrar as metas da distribuidora de energia. “A Celg que tem que cumprir suas metas de investimentos para melhorar a qualidade do serviço, avançar na eletrificação rural e no uso de energias renováveis. O cidadão precisa ser atendido e não é isto que tem acontecido hoje”, disse Daniel.
Questionado por José Eliton sobre programas habitacionais, Daniel destacou seu compromisso de construir pelo menos 50 mil moradias nos próximos quatro anos e lembrou que o governo de Goiás faz graça com chapéu alheio ao comemorar os avanços, já que a maioria absoluta dos recursos são do governo federal, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida. “O Cheque Moradia será mantido, mas vamos despolitizar o programa. Não será como é hoje, que as pessoas precisam de vereador, prefeitos ou um deputado para se tornar um beneficiário. Vamos adotar critérios objetivos para a seleção das famílias.”
Ao falar sobre meio ambiente e gestão dos recursos hídricos, Daniel expôs o projeto Produtores de Água, que vai remunerar produtores rurais que protejam os mananciais dentro de suas propriedades. Além disto, defendeu o uso de tecnologias de georeferenciamento e imagens de satélite para melhorar a eficácia da fiscalização. “Não podemos deixar acontecer o que temos visto no Rio Araguaia, que perde volume a cada ano.”