Conselheiro de Trump promete não parar até que Bolsonaro esteja livre e critica ministro Moraes

Da Redação
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O empresário Jason Miller, conselheiro do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, usou as redes sociais no último domingo para reforçar seu apoio a Jair Bolsonaro (PL) e afirmar que não vai parar até que o ex-presidente brasileiro esteja livre. A declaração foi feita no perfil de Miller no X, plataforma anteriormente conhecida como Twitter, onde ele criticou duramente a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no processo penal em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.
“Para deixar claro: não vou parar, não vou desistir, não vou ceder, até que o presidente Jair Bolsonaro esteja livre”, escreveu Miller, que compartilhou uma publicação afirmando que “é mais importante o impeachment de Moraes do que libertar Bolsonaro”. A postagem recebeu reação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que comentou com bandeiras dos Estados Unidos e do Brasil.Miller é conhecido por sua proximidade com a família Bolsonaro, especialmente com Eduardo, que desde fevereiro está nos Estados Unidos tentando articular sanções contra Moraes e outros ministros do STF com congressistas americanos. Em julho, o governo Trump incluiu Moraes na lista de alvos da Lei Magnitsky, instrumento usado para punir autoridades por violações de direitos humanos.
Além de críticas constantes ao Supremo e a Moraes, Miller já provocou o ministro ao acusá-lo de buscar protagonismo nas ações jud
ciais contra Bolsonaro. Após autorizar mandados da Polícia Federal contra o ex-presidente, o ministro foi chamado por Miller de ditador, que pediu que Bolsonaro “permanecesse forte”.
Embora não ocupe cargo oficial no governo americano, Miller é um dos principais conselheiros políticos e estratégicos de Trump, tendo participado das campanhas presidenciais do republicano desde 2016. Ele também é fundador da rede social Gettr, que tem atraído grupos extremistas após suspensões em outras plataformas.
Em 2021, Miller foi recebido pela família Bolsonaro no Palácio da Alvorada e, na ocasião, prestou depoimento à Polícia Federal no inquérito do STF que investiga as “milícias digitais”, sob a relatoria de Moraes.
Fase final do processo contra Bolsonaro
O processo que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado entra na fase final na próxima quarta-feira (13). Sete acusados terão até essa data para apresentar suas alegações finais ao STF.
Após isso, o ministro Alexandre de Moraes poderá preparar seu voto para o julgamento, previsto para sair em setembro.
Na última semana, Moraes pediu que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar. O ex-presidente também é investigado por suposta interferência nas investigações feitas nos EUA.
A decisão gerou protestos em Brasília e mobilização política, com grupos favoráveis a Bolsonaro e oposição ao ministro Moraes.
O STF reafirmou que não vai ceder a pressões externas, mesmo após críticas do governo dos Estados Unidos.