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Confira os 10 possíveis temas de redação Enem 2023

Redação do Enem tem como “tradição” cobrar assuntos de relevância social. Veja dicas para identificar possíveis temas e escreva um bom texto

É sempre uma grande aventura para os vestibulandos tentar adivinhar qual será o próximo tema da redação do Enem.

Essa é uma tarefa muito difícil, mas de acordo com as pistas que a Cartilha do Participante nos informa, sabemos que a proposta estará relacionada a alguma discussão de ordem social, científica, cultura e/ou política.

A partir disso, analisando as atualidades do cenário nacional e mundial, conseguimos traçar algumas possibilidades e levantar alguns possíveis temas de redação Enem 2023.

Vale a pena ficar sempre de olho ao que acontece, assistindo a bons programas e telejornais, lendo bons sites e se informando. Além disso, se liga nas nossas dicas que você se dá bem!

Possíveis temas da redação Enem 2023

Analisando todo o cenário nacional e internacional, conseguimos levantar alguns dos possíveis temas de redação Enem 2023, se liga:

1. As dificuldades para a concretização da doação de órgãos no Brasil

A doação de órgãos ou de tecidos é um ato voluntário que consiste em um doador manifestar a vontade de doar uma ou mais partes do corpo para auxiliar no tratamento de outras pessoas.

Para ser um doador é necessário manifestar esse desejo em vida, uma vez que a doação ocorre após a morte. No entanto, o que poucas pessoas sabem é que existem algumas doações que podem ser feitas em vida, como o rim, parte do fígado e da medula óssea.

O “doador vivo” deve ter boas condições de saúde e concordar com a doação juridicamente. De acordo com a lei, membros de uma família podem ser doadores, mas não parentes só podem doar com autorização judicial.

Já em relação à doação após a morte, o doador deve informar esse desejo aos familiares, uma vez que são eles que decidirão sobre a doação.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no país.

Apesar do grande volume de cirurgias realizadas, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é grande.

Recentemente, tivemos o caso do apresentador Fausto Silva que recebeu a doação de um coração. 

2. As manifestações de violência nos estádios brasileiros de futebol

O brasileiro é conhecido mundialmente por uma paixão nacional: o futebol. No entanto, o divertimento em assistir aos jogos dos times em estádio é ignorado, pois no país há um índice elevado de violência no futebol brasileiro.

De acordo com um levantamento realizado pelo jornal Estadão, ocorre um episódio de violência a cada quatro dias. Até março de 2022, 15 casos violentos já tinham ocorrido em pouco tempo, entre ônibus atacados, invasões de campos e brigas entre torcedores dentro e fora dos estádios.

Por esse motivo, ainda que timidamente, algumas mudanças foram feitas no estatuto da CBF em uma Assembleia Geral Extraordinária para uma movimentação contra a violência nos estádios, a partir da criação de um grupo de estudos e da convocação de representantes de diferentes segmentos da sociedade para debater o tema.

Em entrevista publicada no jornal Folha de São Paulo, o consultor de segurança e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva defende que o problema está diretamente ligado à sensação de falta de penalização entre os infratores.

3. Os desafios do uso de inteligências artificiais na contemporaneidade

A Inteligência Artificial – também conhecida como IA – é um avanço tecnológico que permite que sistemas simulem uma inteligência similar à humana.

Ela vai além da programação de ordens específicas para tomar decisões de forma autônoma, baseada em padrões de enormes brancos de dados. Pode parecer difícil de entender, mas você já deve ter entrado em contato com algumas delas: Alexa, ChatGPT, Siri, entre outros.

Mas, a grande questão que podemos refletir sobre isso é até que ponto essa utilização é feita de forma ética? Para trabalharmos esse conceito é importante diferenciarmos a ética e a moral.

Por moral entende-se o estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em uma sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.

A questão ética por trás do uso da IA está relacionada ao fato de que nossos dados continuam sendo armazenados, analisados, compartilhados e vendidos.

Mesmo que exista a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor no Brasil desde 2020, essas informações ainda podem ser utilizadas ao nosso favor ou contra nós.

Outro problema gravíssimo em relação à ética é o uso do ChatGPT, por exemplo, para a confecção de trabalhos escolares e uma possível perda da reflexão crítica dos alunos.

Alguns cientistas pioneiros da IA também alertam sobre problemas, leia uma recente notícia sobre um poderoso da Google.

4. O combate ao capacitismo na sociedade brasileira

A palavra “capacitismo” significa a discriminação de pessoas com deficiência ou ainda a subestimação da capacidade e aptidão de pessoas em virtude de suas deficiências.

O debate vem sendo recorrente na sociedade e ganhou evidência durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio quando diversos comentários e brincadeiras com pessoas com deficiência foram compartilhados.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania junto com o IBGE, o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência.

Por isso é importante que esse tema seja discutido amplamente para diminuirmos os casos de preconceito e discriminação com pessoas com deficiência na sociedade brasileira.

O influenciador digital Ivan Baron é um ativista da causa e apresenta diariamente em suas redes sociais informações sobre o capacitismo e exemplos para termos práticas anticapacitistas na sociedade.

Seu papel é tão relevante na sociedade que foi um dos representantes do povo brasileiro na cerimônia de posse do presidente Lula em 2023.

5. A dificuldade de garantir o acesso à justiça aos brasileiros

De acordo com o Princípio Constitucional de Acesso à Justiça, o Estado não pode se negar a solucionar qualquer conflito em que o indivíduo alegue sentir-se lesionado ou ameaçado de algum direito.

Isso está relacionado ao Artigo 5º da Constituição Federal de 1988 em que todos, sem distinção, podem acessar à justiça.

A grande questão é que muitos brasileiros não podem pagar por um advogado para ter acesso à justiça e não sabem como ter acesso à justiça gratuita.

De acordo com um matéria intitulada “Acesso à justiça no Brasil: para que?” publicada na Revista Direito em Debate, no Brasil esse acesso é um problema para a maioria da população, uma vez que desconhecem seus direitos.

6. Os problemas relacionados o trabalho análogo à escravidão no Brasil

De acordo com a lei brasileira, o trabalho análogo à escravidão consiste em casos de violação ao direito de ir e vir, ameaça de violência física ou psicológica e condições de vida degradantes.

O artigo 149 do Código Penal Brasileiro define que “é caracterizado pela submissão de alguém a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou seu preposto.”

O podcast da Folha “Mulher da Casa Abandonada” retratou a história de uma mulher acusada de manter uma empregada em situação análoga à escravidão.

A série foi um sucesso e tem grande relevância social. Além de ter grande repercussão nas redes sociais, ainda chamou atenção para esse problema ainda recorrente na sociedade brasileira ao mencionar casos recentes sobre o tema.

Atrelado a isso, recentemente ainda houve os relatos dos trabalhadores da colheita de uva resgatados em Bento Gonçalves (RS) que viveram cenários de violência cotidiana e violações a direitos humanos básicos.

7. Os efeitos negativos de uma alimentação irregular no Brasil

A má alimentação é resultado de uma dieta desequilibrada carente em ingestão daquilo que o nosso corpo realmente necessita – frutas, verduras, legumes, cereais e grãos, além de ter o consumo excessivo das chamadas gorduras ruins, sódio e açúcares.

A comprovação dos resultados negativos da má alimentação vem com um estudo recente publicado pelo Instituto de Medição e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington (Health Metrics and Evaluation), pois o levantamento constatou que a má alimentação foi responsável por quase 11 milhões de mortes em 2017, contra 10,4 milhões de mortes causadas pela pressão arterial alta e 8 milhões pelo cigarro.

Cabe destacar, ainda, que uma alimentação irregular não ocorre somente pela ingestão de fast-foods, pois, no Brasil, ocorre atualmente um cenário de intensificação da fome.

De acordo com um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), três em cada dez famílias brasileiras tiveram dificuldades para comprar alimentos e tiveram que reduzir a quantidade de algum item – sofrendo insegurança alimentar moderada ou grave.

Durante o período da pandemia no Brasil houve um aumento significativo sobre a alimentação irregular e cenários de insegurança alimentar.

8. Os desafios para a diminuição do número de dependentes químicos no Brasil

O uso abusivo e a dependência em substâncias químicas é um problema global. No Brasil, em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool.

O número mostra um aumento de 12,4% em relação a 2020, ano com 356 mil registros. O SUS garante o atendimento e acompanhamento para quem tem qualquer tipo de dependência química, embora ainda seja um problema frequente no país.

De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2023, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), indica um aumento no número de pessoas que usam drogas injetáveis, devido à insuficiência dos serviços de tratamento e outras intervenções.

Essas informações são relevantes para a sociedade e ainda podemos destacar espaços como a Cracolândia, em São Paulo, que possuem pessoas marginalizadas e cenas constante de consumo de drogas. MC Hariel abriu show no The Town com imagens desse ambiente para mostrar a “SP que não querem ver”.

9. As dificuldades das pessoas que enfrentam sozinhas a maternidade

O termo “mãe solo” é mais adequado e abrangente do que “mães solteiras” para caracterizar a solidão e os desafios que as mães, sem cônjuge e com praticamente nenhuma rede de apoio, enfrentam no dia a dia para cuidar de seus filhos.

De acordo com dados divulgados no portal FGV IBRE, “o solo não se refere apenas a ausência de um cônjuge, mas sim ao fato de todas as responsabilidades recaírem unicamente sobre a mãe. A maternidade impõe uma série de desafios para as mulheres e, no contexto das mães solo, esses desafios se tornam maiores.”

Atrelado a isso, destaca-se que os desafios consistem em relação às mulheres que não possuem auxílio paterno das crianças, além das mulheres que optaram por uma gestação independente.

Esse tema é de importante relevância para a sociedade devido ao Projeto de Lei 3717/21 que assegura, por 20 anos, uma série de benefícios paras as mães solo.

Uma das alterações feitas pelo projeto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional busca dar prioridade aos filhos de mãe solo na distribuição de vagas nas escolas públicas de educação infantil (creche e pré-escola).

Essa prioridade pode ser sobre o conjunto de vagas existentes ou sobre as vagas mais próximas da residência.

Já em relação à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o projeto insere um artigo para prever que a mãe solo terá direito a regime de tempo especial, com maior flexibilidade para redução da jornada e uso do banco de horas.

10. Desafios para combater o desaparecimento de pessoas no Brasil

O desaparecimento de pessoas é um problema global amplo, heterogêneo e com poucas estatísticas.

No Brasil, os registros passaram a integrar o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), desde 2017 e vem registrando uma média de aproximadamente 80 mil boletins de ocorrência sobre esse problema a cada ano.

A lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, instaurou a primeira política federal permanente voltada a solucionar e a prevenir casos de desaparecimento de pessoas: a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas (PNBPD).

Nesse sentido, o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (CNPD) foi criado como uma ferramenta fundamental para uma resposta do poder público brasileiro aos casos de desaparecimento no Brasil, crescentes a cada ano. Essa medida unifica as informações sobre desaparecidos no país.

De acordo com registros feitos em delegacias reunidos pelo Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), mais de um terço dos desaparecidos no Brasil são crianças e adolescentes de até 17 anos, são 30 mil desaparecidos atualmente nessa faixa etária. No total, o país tem 84,9 mil pessoas desaparecidas.

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