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Comunidade internacional reage com críticas ao novo plano militar de Israel em Gaza

Países como Alemanha, China, Bélgica e Arábia Saudita condenaram proposta israelense; famílias de reféns também se manifestaram contra a ofensiva

O anúncio de um novo plano militar por parte de Israel na Faixa de Gaza gerou forte repercussão internacional nesta sexta-feira, 8 de agosto. A proposta, que prevê a ocupação da Cidade de Gaza e o controle temporário do enclave palestino, recebeu críticas severas de líderes mundiais, que temem o agravamento da crise humanitária na região.

A medida anunciada pelo governo israelense ocorre em meio ao prolongado conflito com o grupo Hamas, mas não apresenta um plano claro para libertação de reféns, desarmamento de milícias ou avanço em direção a um cessar-fogo, segundo avaliações de autoridades estrangeiras.

Alemanha suspende exportações de armas a Israel

A reação mais contundente até agora veio da Alemanha, tradicional aliada de Israel. O chanceler Friedrich Merz anunciou a suspensão das exportações de armas que possam ser utilizadas na ofensiva sobre Gaza. A medida, segundo ele, permanecerá em vigor “até segunda ordem”.

O governo federal não aprovará, até segunda ordem, nenhuma exportação de equipamento militar que possa ser usado na Faixa de Gaza”, declarou Merz. Ele também criticou a ausência de clareza no plano israelense, especialmente em relação à libertação dos reféns e à negociação de paz.

União Europeia e Bélgica condenam avanço militar

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também se posicionou contra a ofensiva. Em publicação na rede X (antigo Twitter), ela pediu que Israel reconsidere a decisão e exigiu a libertação imediata dos reféns, além do acesso irrestrito da ajuda humanitária em Gaza. “Um cessar-fogo é necessário agora”, destacou.

A Bélgica, por sua vez, convocou o embaixador israelense e expressou “total desaprovação” do plano. O governo belga condenou também o avanço da colonização e o suposto desejo de anexação da Cisjordânia. Em nota, prometeu “defender vigorosamente” a reversão da decisão israelense.

Arábia Saudita e China falam em “limpeza étnica”

A Arábia Saudita usou termos duros para se referir à nova ofensiva, classificando a operação como um ato de “limpeza étnica”. Segundo o Ministério das Relações Exteriores saudita, Israel comete “crimes de fome, práticas brutais e limpeza étnica contra o povo palestino irmão”.

A China, por sua vez, demonstrou “preocupação” com o anúncio. Em nota oficial, o governo chinês reiterou que Gaza é parte inseparável do território palestino e apelou por um cessar-fogo imediato como única saída para aliviar a crise humanitária.

Turquia apela ao Conselho de Segurança da ONU

A Turquia também se manifestou, pedindo uma resposta firme da comunidade internacional. O Ministério das Relações Exteriores declarou que o plano israelense “fere gravemente a segurança global” e apelou ao Conselho de Segurança da ONU para impedir a sua execução.

Famílias de reféns e militares questionam decisão

Dentro de Israel, o plano também enfrenta críticas. O Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas chamou a decisão do gabinete de segurança de “imprudente” e advertiu que a ofensiva pode colocar em risco os reféns ainda vivos. Atualmente, estima-se que 20 reféns estejam vivos e outros 30 mortos sob posse do Hamas.

Militares israelenses demonstram preocupação com as operações em áreas com presença de cativos, temendo execuções em retaliação ao avanço das tropas, como já ocorreu em agosto de 2024.

O Hamas emitiu um alerta direto: qualquer tentativa de expansão das operações em Gaza será considerada como “sacrifício consciente dos reféns“.

Reações devem crescer nos próximos dias

Analistas internacionais preveem que as críticas devem se intensificar nos próximos dias, com mais países pressionando Israel por diálogo diplomático e medidas humanitárias urgentes.

A possibilidade de sanções econômicas, rupturas comerciais e o endurecimento de posições no Conselho de Segurança da ONU também entram no radar diante da escalada do conflito e da resposta da comunidade internacional.

GED

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