Complexo Prisional trava o desenvolvimento de Aparecida de Goiânia
Com uma população beirando a casa de 600 mil habitantes, o município de Aparecida de Goiânia está atravessando, com relativa tranquilidade, esses tempos de crise severa que assolam a economia brasileira graças a uma política agressiva de atração de investimentos baseada na concessão de áreas para instalação de empresas e incentivos fiscais. A segunda maior cidade do estado, tanto em população quanto na economia, com um Produto Interno Bruto, em 2018, superior a R$ 12 bilhões, todavia, precisa consolidar muitos projetos e manter a expansão dos polos industriais que tanto contribuem para a geração de riqueza e empregos para a população. Um dos maiores entraves a essa expansão, ironicamente, é causado pelo poder público. Trata-se da localização do Complexo Prisional, encravado em uma grande área industrial e com franca expansão, na Região Leste de Aparecida de Goiânia.
A região Leste de Aparecida de Goiânia é uma vasta área com mais de 40 bairros e abrange o principal Parque Industrial e Logístico da Região Metropolitana da capital, onde estão o Parque Industrial José Alencar, Dimag, Daiag, o Global Park, All Park, ABL (Aparecida Business Log), além dos projetos do Polo Aeronáutico e o Aeroporto Executivo. Toda essa intensa atividade industrial e comercial precisa ser consolidada, porque, como sabemos, o capital migra para onde são ofertadas melhores condições para ele prosperar. Na contramão do que há anos os empresários do município vêm lutando, o Governo de Goiás, por meio da Diretoria Geral de Administração Penitenciária, anuncia uma possível expansão do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Em sentido oposto a essa proposta de expansão, que traria mais insegurança para moradores e empresários ali instalados e aqueles que pretendem lá se estabelecer, a classe empresarial, especialmente as associações que congregam os empresários dos polos industriais localizados na região Leste de Aparecida de Goiânia, vem construindo uma solução com o poder público que passa pera desativação do Complexo Prisional, uma vez que esses presídios não atendem às necessidades da política de execução penal e se tornou empecilho para o desenvolvimento social e econômico da região, afetando negativamente todo seu entorno.
Várias reuniões e tratativas foram definidas, inclusive Termo de Ajustamento de Conduta por parte do Estado, para remoção do Sistema Prisional daquela área. O governo estadual inicialmente propôs a construção de minipresídios nos municípios. Com isso, teria o lado positivo de o preso ficar no município de origem, próximo da família, e começar a desativação do Sistema Prisional de Aparecida de Goiânia. O projeto todo, no entanto, que passa pela doação de uma nova área pelo município de Aparecida de Goiânia, esbarra na falta de recursos, pois estava orçado em R$ 500 milhões. Nesse contexto, a desativação ocorreria por etapas, iniciando com a retirada das instalações do regime semiaberto da região do Polo José Alencar.
Portanto, nos parece que precisa ser revista a meta de ampliar e colocar mais seis mil detentos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Isso inviabilizaria, de vez, o crescimento da região. Respeitamos o trabalho dos órgãos de Segurança Pública, especialmente da Diretoria Geral de Administração Penitenciária, da Secretaria de Segurança Pública e do governador do estado, mas o que o município de Aparecida de Goiânia precisa é acelerar seu desenvolvimento, crescer para gerar emprego e renda, impostos para Goiás. Portanto, ficamos indignados em saber desse projeto de ampliação do Complexo Prisional.
O governador precisa estar ciente do que representa, para o desenvolvimento de Aparecida de Goiânia, uma eventual ampliação do Complexo Prisional. Desde já, a Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag), pede apoio à classe política, deputados, secretário estadual de Indústria e Comércio, Wilder Morais, para impedir a concretização de tal ampliação, porque isso seria inviabilizar, definitivamente, o desenvolvimento de Aparecida de Goiânia. Esse pleito já foi levado às autoridades estaduais pela Acirlag e esperamos uma resposta positiva.
Maione Padeiro, presidente Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag)