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Com ventos de 280 km/h, furacão Melissa atinge a Jamaica e é chamado de “tempestade do século”

Por Ana Lucia
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O furacão Melissa, de categoria 5, começou a tocar o solo na Jamaica na manhã desta terça-feira (28/10), provocando ventos catastróficos de até 280 km/h, chuvas torrenciais e forte elevação do nível do mar. O fenômeno, descrito como a “tempestade do século” pelos meteorologistas do Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, deverá afetar metade da população da ilha, segundo a Cruz Vermelha Internacional.

As autoridades jamaicanas declararam estado de emergência e ordenaram evacuações em massa nas regiões costeiras. Cerca de 900 abrigos foram abertos em todo o país para acolher famílias que deixaram suas casas em busca de segurança. Mesmo antes da chegada do centro da tempestade, três pessoas morreram na Jamaica devido às fortes chuvas e deslizamentos causados pelas bandas externas do furacão. No total, sete mortes no Caribe já foram atribuídas ao Melissa.

Ventos extremos e ondas de até 4 metros

O NHC alertou que o Melissa apresenta ventos sustentados de 280 km/h e rajadas superiores a 300 km/h, capazes de devastar estruturas inteiras, arrancar telhados e derrubar postes de energia. O nível do mar pode subir até 4 metros, provocando inundações catastróficas em áreas costeiras e portuárias. O governo jamaicano suspendeu todas as atividades públicas e privadas, e os voos foram cancelados no aeroporto internacional de Kingston, segundo o site FlightRadar24.

As comunicações em diversas regiões do país estão sendo interrompidas devido à queda de torres e rompimento de cabos elétricos. A Companhia Nacional de Energia da Jamaica informou que equipes de emergência permanecem em alerta, mas que parte da rede elétrica precisou ser desligada preventivamente para evitar acidentes.

Rota segue em direção a Cuba

De acordo com os modelos meteorológicos, o Melissa deverá atravessar o norte da Jamaica nas próximas horas e seguir em direção a Cuba ainda nesta terça-feira. Autoridades cubanas já iniciaram a evacuação de comunidades em províncias do leste da ilha, especialmente em Santiago de Cuba e Guantánamo.

O furacão é monitorado de perto por satélites e por aeronaves do 53º Esquadrão de Reconhecimento Climático da Força Aérea dos Estados Unidos, que sobrevoaram o olho da tempestade na segunda-feira (27) para medir sua pressão central e velocidade dos ventos. Os dados confirmam que o Melissa é um dos furacões mais potentes do Atlântico nas últimas décadas, comparável ao Dorian (2019) e ao Irma (2017).

“Situação sem precedentes”, diz Cruz Vermelha

A Cruz Vermelha descreveu a situação como “sem precedentes” e estima que 1,5 milhão de pessoas serão diretamente impactadas. Em comunicado, a entidade informou que está mobilizando voluntários e enviando kits de primeiros socorros, alimentos e água potável para as áreas mais vulneráveis.

Enquanto isso, as ruas de Kingston estão desertas, com ventos que arrancam placas, derrubam árvores e espalham destroços. Moradores relatam que o som dos ventos “parece o de um trem em alta velocidade”. As autoridades pedem que a população permaneça em abrigos até novo aviso.

Furacão histórico

O Melissa já é considerado o furacão mais poderoso a atingir a Jamaica desde que há registros modernos. Meteorologistas afirmam que a pressão atmosférica no olho do furacão atingiu 896 hPa, um valor extremamente baixo, indicativo da força destrutiva do fenômeno.

A previsão indica que, ao sair da Jamaica, o Melissa pode perder força ligeiramente antes de atingir Cuba como furacão de categoria 4, mas ainda com potencial devastador. Depois, deve seguir em direção ao sul das Bahamas e ao litoral da Flórida nos Estados Unidos.

A situação na Jamaica é descrita como crítica, com grande parte do país sem energia elétrica, estradas bloqueadas e fortes alagamentos nas regiões de Portmore, Montego Bay e St. Thomas.

GED

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