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Campanha de Alcides em Aparecida: escândalos, dívidas e acusações de assédio abalam candidatura

Uma série de escândalos envolvendo sua vida profissional, empresarial e política vieram à tona nas últimas semanas, manchando sua imagem e causando uma queda vertiginosa em sua popularidade

O Professor Alcides, candidato à prefeitura de Aparecida, vê campanha afundar em meio a escândalos
Professor Alcides (PL), líder nas pesquisas eleitorais para a prefeitura de Aparecida, enfrenta uma crise sem precedentes em sua campanha.

Uma série de escândalos envolvendo sua vida profissional, empresarial e política vieram à tona nas últimas semanas, manchando sua imagem e causando uma queda vertiginosa em sua popularidade.

As denúncias, que vão desde abandono de cargo público a dívidas milionárias e acusações de assédio moral

Inelegibilidade e o fantasma do passado
Um dos pontos mais críticos que pairam sobre a cabeça de Alcides é a condenação por abandono de cargo público, que pode resultar em sua inelegibilidade por oito anos, segundo o STF.
O candidato, que utiliza o título de “Professor” como plataforma política, teria abandonado seu cargo de professor estadual em 2012, permanecendo sem lecionar até 2019. A punição, confirmada em 2021, coloca em risco não só sua candidatura, mas também um eventual mandato, caso seja eleito.

Império em ruínas: dívidas e acusações de má gestão
A sombra da inelegibilidade se estende sobre o império empresarial de Alcides, também marcado por denúncias e dívidas milionárias.
O prédio que abriga a Faculdade Alfredo Nasser, de sua propriedade, foi tomado pelo Banco do Brasil após o não pagamento de um financiamento.
Um acordo judicial permitia que a instituição continuasse funcionando no local mediante pagamento de aluguel, mas Alcides, novamente, teria descumprido o acordo, acumulando uma dívida que hoje beira os R$ 4 milhões.

As acusações de má gestão não param por aí
O candidato também é acusado de sonegar impostos municipais, deixar de recolher a previdência social de seus funcionários e outras irregularidades que levantam sérias dúvidas sobre sua idoneidade para administrar os cofres públicos de Aparecida.

“Gravidez não é doença”: A vítima do “Professor”
Se as finanças e o passado profissional de Alcides já levantam suspeitas, seu comportamento com mulheres choca e causa revolta. Em um áudio estarrecedor obtido pelo Jornal Opção, o candidato aparece assediando moralmente uma funcionária grávida que trabalhava no Bazar Professor Alcides.

Na gravação, Alcides se recusa veementemente a aceitar atestados médicos da funcionária, Werica Gonçalves, que na época sofria com infecção urinária e pressão alta devido à gravidez. “Eu não vou aceitar [atestados], eu não vou ficar pagando sua gravidez, a empresa não vai pagar isso”, esbraveja o candidato, em um trecho da conversa.
Werica, que precisou se afastar do trabalho por problemas de saúde relacionados à gravidez, relata ter sido pressionada a não apresentar atestados, mesmo sob risco de sua saúde e do bebê. “Ele [Professor Alcides] diz que a empresa só aceitaria atestados de três dias”, afirma Werica.

Pede para seu médico te dar uma licença para um período maior, pois não vamos ficar aceitando atestado, iremos cortar o seu ponto”, teria dito Alcides à funcionária.

Após o término do contrato, Werica entrou com um processo trabalhista contra Professor Alcides e obteve ganho de causa em setembro de 2022.
A defesa de Alcides, até o momento, não se pronunciou sobre o caso.
As denúncias de assédio contra mulheres não se limitam ao caso de Werica. Em outro episódio que ganhou repercussão nacional, Alcides aparece em um vídeo xingando a mãe de uma aluna com palavras de baixo calão. O candidato, que confirmou a autoria do vídeo, tentou minimizar o ocorrido, alegando ter sido provocado.

Alcides pede censura a propaganda em que aparece ofendendo mulheres, juíza nega porque fatos são verdadeiros
O candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia, deputado federal Alcides Ribeiro Filho (PL), pediu que a propaganda #AlcidesNão que mostra o político ofendendo mulheres dentro da faculdade e na Câmara dos Deputados fosse retirada do horário eleitoral veiculado na Record Goiás.

A juíza da 119º Zona Eleitoral de Aparecida, Christiane Wayne, indeferiu o pedido e manteve a publicidade no ar porque demostram fatos verdadeiros, públicos e que teve repercussão nacional.

O comercial relembra que Alcides, que é dono de uma faculdade, chamou uma mulher de ‘p*ta’ durante uma discussão que acabou em empurrões e disparos de arma de fogo dentro da própria faculdade.
A inserção também lembra que o deputado federal chamou outras colegas de ‘loucas’ durante sessão plenária na Câmara dos Deputados porque as mulheres queriam colocar em regime de urgência o Projeto de Lei que transformava pedofilia em crime hediondo e Alcides votou contra a urgência.A juíza disse ao analisar a referida propaganda que não se percebe alteração dos fatos.

MULHERES
A propaganda que alerta sobre o comportamento do candidato do PL em relação as mulheres é assinada pela coligação ‘Pra Aparecida Seguir Avançando’ liderada pelo candidato a prefeito Leandro Vilela (MDB).
Silêncio estratégico: Alcides se blinda e evita debates
Diante do tsunami de escândalos, a equipe de campanha de Alcides adotou a estratégia do silêncio. O candidato, que antes ostentava presença constante na mídia, agora se recusa a participar de entrevistas, debates e sabatinas. Alcides já recusou mais de 40 convites para debater suas propostas e esclarecer as acusações.

A ausência do candidato tem sido criticada por seus adversários e interpretada como uma manobra para evitar responder perguntas inconvenientes sobre seu passado.

O jornal entrou em contato com a defesa do empresário Professor Alcides Ribeiro no processo mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. Espaço segue aberto.

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